O técnico Oswaldo Alvarez entra na semana decisiva de preparação para a Série B do Campeonato Brasileiro. Torce pela inscrição dos reforços para que estejam disponíveis para o duelo contra o Brasil de Pelotas, sábado, às 20h30, no estádio Brinco de Ouro. Caso contrário, o jeito será apelar aos atletas componentes da base na Série A-2 do Paulista. E que não eram grande coisa, diga-se de passagem.
Talvez este não seja o principal problema e sim quanto a expectativa formulada pela torcida. Compreendo a angústia do bugrino de encontrar-se há seis anos longe da divisão de elite do futebol nacional e desde 2013 sem visitar o olimpo do futebol paulista.
A angústia teria embasamento se a estadia fosse acompanhada de um clube de cofres cheios e estrutura de primeiro mundo. Esqueça. Isto não é a realidade. No máximo, o que foi feito nos últimos anos foram remendos, nunca uma mudança estrutural para valer. O resultado final é que hoje, cinco dias antes de sua estreia no Brasileirão, o Alviverde tem um gramado no máximo razoável, um Centro de Treinamento em condições inadequadas em comparação aos concorrentes e recursos escassos, devido ao bloqueio das cotas de televisão.
Como pensar em acesso ou conquista de Campeonato diante de um quadro calamitoso? Não dá confiar eternamente no talento de Vadão para tirar leite de pedra e formatar times competitivos. Especialmente diante da nova distribuição de dinheiro que deixa alguns times em situação melhor do que outros.
Nos 17 jogos restantes marcados para o Brinco de Ouro, o torcedor deverá vestir a camisa e entender que fará parte de um projeto de reconstrução, e por vezes até com jogadores limitados.
Uma ideia formulada aos poucos, tijolo por tijolo e que não pode passar por ufanismo, manipulação ou alienação. Passa por encarar a realidade e buscar aquilo que é factível, ou seja, a conquista de 45 ou 46 pontos e a posterior manutenção na segundona de 2018 e um automático acréscimo na cota de televisão. Lógico, desde que não tenha qualquer entrave judicial. Fora deste cenário, é querer dar o passo maior do que a perna, é associar-se com a soberba e a empáfia. Humildade e pé no chão. O craque para ser contratado pelo Guarani nas 38 rodadas do torneio nacional. Fora disso, é sonhar com o desastre.
(análise feita por Elias Aredes Junior)