Guarani na Série A-2: futebol é jogado com a cabeça e a alma

0
1.398 views

O futebol está longe de ser um jogo apenas de técnica e habilidade. Cabeça fria, mentalização, foco e equilibrio emocional são requisitos que diferenciam os campeões daqueles que fazem figuração. O Guarani começa a viver tal situação. Pelos números, a campanha não é ruim. São nove pontos, invencibilidade na vitrine e a oitava colocação como reflexo. O confronto com o Mirassol na quinta-feira pode virar uma armadilha caso apareça uma derrota ou empate. A saída da zona de classificação é momentânea se fizer a lição de casa e bater o Rio Branco, domingo no Estádio Brinco de Ouro.

Por todos estes cenários descritos, esta semana será mais importante fora de campo do que nas quatro linhas. Os jogadores precisam estar preparados para percalços que venham acontecer. O campeonato é disputado, aguerrido e com regiões cinzentas.

Se a oitava posição garante sonhar com o acesso também é verdade que a 15ª colocação é o passaporte rumo a terceira divisão. Uma vitória não pode gerar uma euforia exacerbada e uma derrota não pode ser símbolo do apocalipse ou do armagedon. O ritmo de jogos não permite surtos depressivos e sim reflexão para corrigir os erros e viabilizar a melhoria da equipe.

A torcida não pode ser excluída. Com o sofrimento na alma por anos e anos de decepções, o torcedor bugrino precisa colocar em mente que o equilibrio mental da equipe passa pela repercussão das arquibancadas. Lógico, uma derrota com atuação decepcionante merece vaias, apupos e protestos, desde que sem violência.

Mas existem os imprevistos ocorridos nas boas partidas. A ponderação deve prevalecer e entender que a meta é ficar entre os oito primeiros e manter acesa a chama do aceso. Em 2008, 2009 e 2011 a torcida bugrina comportou-se de modo exemplar, em uma mistura de razão, emoção e paixão como combustível para os passaportes obtidos em nível nacional e estadual. Não custa sonhar com a repetição do enredo.

E os dirigentes? Qual o papel nesta fase bugrina? Simples: pagar os salários em dia e deixar o clube em funcionamento. O restante a perna e a cabeça de cada atleta e de cada torcedor dará conta.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Rodrigo Villalba-Memory Press)