A torcida da Ponte Preta é apaixonada pela Copa Sul-Americana. A diretoria transmite a impressão de que nem liga. Como explicar?

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A torcida da Ponte Preta quer um título. Sonha com o dia. Reconhece a dificuldade de arrebatar a taça por intermédio do Campeonato Brasileiro. Disparidade de renda, dificuldade para contratações, resistência exigida em 38 rodadas…Não faltam explicações e justificativas. Restam as competições na fórmula de mata-mata. Uma já faz parte do passado, a Copa do Brasil. Outra o desejo desmoronou em 90 minutos, a decisão contra o Corinthians e o Paulistão que o digam. Temos agora a segunda fase da Copa Sul-Americana. O adversário é o Sol da América do Paraguai. Datas, locais, tudo deveria ser conferido in loco pela diretoria da Ponte Preta. Não foi o que aconteceu. Pelo contrário.

No início da noite de quarta-feira especulações davam conta de que nenhum representante tinha sido enviado. A assessoria de imprensa esclareceu que existia um representante. Aliás, uma pessoa que na verdade é responsável pela logística pontepretana na competição e vinculado a empresa Off Side. Este foi o representante da Ponte Preta no sorteio. Sim, foi isso que você acabou de ler. Pior: na fase anterior, o enviado foi Gustavo Bueno, executivo de futebol. Agora nem isso.

O sorteio da competição prioritária para a Macaca foi acompanhada por alguém que não é oficialmente ligado ao clube. Sem relação com a diretoria executiva. Os apressados e puxa-sacos vão alegar a realização do jogo entre Flamengo e Ponte Preta. Esclareço que de cabeça lembro dos seguintes dirigentes: Vanderlei Pereira, Hélio Kazuo, Gustavo Válio, Giuliano Guerreiro, Giovanni Di Marzio e Gustavo Bueno. Seis nomes. Cinco eleitos e um remunerado. Não existiu a chance de deslocar a chance de deslocar qualquer um destes nomes citados para acompanhar o sorteio? Ou seja, demonstrar de maneira simbólica e cabal de que a Ponte Preta está interessada na competição?

Um aviso aos que não conhecem as armadilhas da bola: quando disputou a Libertadores de 2013, o Atlético Mineiro tinha costumeiramente um representante na Conmebol: Alexandre Kalil, hoje prefeito de Belo Horizonte e na ocasião presidente do Galo. Quando venceu o bicampeonato da Copa Libertadores em 1992 e 1993, o mandatário José Eduardo Mesquita Pimenta era presença assídua na entidade Sul-Americana. Os dois dirigentes não surgiam para armar tramoias e sim para não serem prejudicados.

Eis que a diretoria da Ponte Preta resolve “terceirizar” a cadeia de comando. Das duas uma: ou a instituição Ponte Preta e seus comandantes não querem dar a mínima bola para a Copa Sul-Americana ou não mandam ninguém porque não entendem nada do futebol e de suas armadilhas. Não sei qual a alternativa pior.

(análise feita por Elias Aredes Junior)