Apresentado de forma oficial nesta terça-feira, dia 23/02, na Ponte Preta, o técnico Alexandre Gallo divide a opinião dos torcedores da Macaca. Nos grupos dedicados ao time nas redes sociais os comentários envolvendo o nome do escolhido da diretoria – e incumbido de salvar o time após o inicio desastroso no Paulista” – mesclam opiniões animadoras com desconfiança.
O novo comandante da Ponte Preta tem currículo. Ponto positivo para ele. Já foi jogador, atuou como auxiliar de técnicos como Wanderley Luxemburgo e Carlos Alberto Parreira, além de ter comandado a Seleção Brasileira Sub-20. Tem títulos estaduais do Pernambucano e do Catarinense.
Porém, há anos Alexandre Gallo não surpreende com uma campanha envolvente. Não há, na memória fresca, do torcedor de futebol um exemplo de que ele possa “funcionar” na Ponte. Ainda mais, diante da urgência que o time tem de reação.
A dualidade do cenário faz com que torcedores se dividam entre os que se revelam esperançosos e os que parecem “jogar a toalha” quanto ao futuro da Ponte no Estadual.
A razão da torcida
A situação é delicada, de fato. Mas pode ser favorável. A torcida da Ponte está certa quando fala que as peças do elenco não são suficientes. Algumas atitudes da diretoria, como a chegada do meia Felipe Menezes, que só deve jogar após o Estadual, ou a ausência de mais um atacante de referência além de Alexandro e Wellington Paulista alimentam o questionamento sobre o trabalho de Gallo. Porque o sucesso no futebol depende de uma fórmula antiga: comando e comandados. A Orquestra pode ter o melhor maestro do mundo. Só que precisa de bons músicos.
A espera do paraíso
Ainda que tivesse os dois, como seria se não houvesse lugares para ensaios? O que eu quero dizer é que é fácil entender a desconfiança do torcedor da Ponte Preta, que ainda aguarda pelo paraíso vislumbrado no discurso dos dirigentes.
Por isso, tal sentimento não está diretamente ligada a competência de Alexandre Gallo. Embora queira colocar um adendo: ele terá aqui em Campinas uma oportunidade de reerguer a carreira e voltar ao mercado com o prestígio que, neste momento, não tem de forma unânime.
O que está em jogo
Um fato é inequívoco: o que está em jogo é o trabalho da diretoria da Ponte para que a temporada 2016 cumpra as promessas antes de a bola começar a rolar. Quando os dirigentes prometiam o time competitivo que até agora não se apresentou.
O que está em jogo na Ponte Preta considera algumas cenas de bastidores que o torcedor, na ânsia ao avaliar o novo treinador, desconhece. Ainda assim, os reflexos desse cenário e dos acontecimentos não divulgados poderão ser sentidos nos próximos jogos.
Neste momento, a torcida da Ponte pode fazer o que lhe cabe: desejar boa sorte ao novo comandante e fazer sua parte nas arquibancadas. Torcer. Muito.
(análise feita por Adriana Giachini-Foto de Fábio Leoni-Ponte Press)