Meio-campistas e atacantes decisivos são difíceis de se encontrar no futebol atual. O Guarani talvez seja o exemplo acabado de tal quadro. Fumagalli chegou a 307 partidas com a camisa bugrina até meados de 2018.
Foi decisivo na Série C de 2016 e esteve no banco de reservas na Série A-2 de 2018. Não atuou em alto nível em todos os jogos. Em algumas vezes, longe disso. Só que a carência de talentos no futebol brasileiro é e era tamanha que o torcedor bugrino aceitou a condição de aguardar por aquele lampejo que poderia levar a vitória. E tais relâmpagos ocorreram.
Temos exemplos para relembrar. O placar de 6 a 0 contra o ABC, pelas semifinais de 2016 da terceirona é um exemplo. Ou como esquecer a frieza do então camisa 10 para bater o pênalti de cravar o empate no clássico diante da Ponte Preta em março de 2012? Pois é.
Sem o mesmo estilo, mas dotado de grande poder de decisão quando atuava pelo lado direito do campo, o armador e atacante Bruno Nazário deixou saudade.
Queiramos ou não, após a saída destes jogadores, o Guarani sempre viveu de remendos ou de improvisos. Quebrava um galho? Sim. Mas não resolvia de modo efetivo.
A chegada de Murilo Rangel é didática sob vários aspectos. A principal é que o futebol simples, mas não pode abrir de alguns conceitos básicos: um bom goleiro, um centroavante eficiente e um camisa 10. É difícil? Concordo. Mas quando é encontrado todo o caminho parece bem mais fácil de ser percorrido.
(Elias Aredes Junior)