Análise: Léo Gamalho tem chance de dar certo na Ponte Preta?

0
2.113 views

Por meses e meses, Gilson Kleina pediu a contratação de um centroavante. A torcida pontepretana também, em um dos únicos pontos de convergência das arquibancadas com o banco de reservas.

Léo Gamalho é o escolhido. Anotou 11 gols na Série B do ano passado com a camisa do Goiás e teve no atual técnico pontepretano o seu principal avalista. Vai resolver o problema? A resposta não pode ser superficial.

Primeiramente, é preciso detectar as características do reforço. É de uma escola já em extinção no futebol brasileiro, o centroavante de referência.

Tem boa colocação na área, sabe realizar o trabalho de pivô e pode abrir espaços aos companheiros, especialmente aos atacantes Lucca e Emerson Sheik. Não peçam a Léo Gamalho que trabalhe a bola fora da grande área ou que coordene contra-ataques. Pode até acontecer, mas é difícil.

Esta é a parte sob a responsabilidade do jogador. Agora vem a tarefa da comissão técnica: adaptar o time às características do elenco. Para que um jogador como Léo Gamalho dê resultado, os laterais precisam ser ativos, intencionados em buscarem a linha de fundo e de preferência que tenha o auxilio de volantes e meias para que façam triangulações ou ultrapassagens e com isso oferecer o cruzamento no chão ou pelo alto para o complemento do centroavante.

Hoje, os laterais pontepretanos, seja Jeferson, Nino Paraíba ou Danilo Barcelos,  são tímidos e focados muito mais em defenderem e fecharem os espaços do que em agredir o adversário. É preciso mudança de postura.

Como também dos volantes. Kleina ensaiou treinar uma jogada de força pelo lado com Jadson. Parou. Não se sabe o motivo. Mas o ideal seria contar no elenco um volante com explosão, capaz de carregar a bola e com tarimba e jeito para até tabelar na entrada da área, seja com Léo Gamalho ou com um atacante mais posicionado na frente, como Lucca. Nem cito os líderes do Brasileirão.

Pegue o trabalho do volante. Wendel no Fluminense e saberá do que falo. Não quer usar Mendonza e Naldo e Jadson não executam a missão? Insista, treina, repita até conseguir.

Léo Gamalho não é craque. Talvez nem entre para a galeria de ídolos inesquecíveis da Ponte Preta. Mas é uma contratação necessária por dois motivos. O primeiro é o fato dos gigantes do futebol brasileiro invadirem o nicho de mercado da Ponte Preta e não deixarem opções atraentes.

Para piorar, o clube campineiro não respondeu a nova conjuntura com criatividade e busca de novos mercados. O que resta é receber Léo Gamalho, trabalhar, treinar, insistir e viabilizar que com ele os gols apareçam.

(análise feita por Elias Aredes Junior)