O mundo do futebol muda de modo vertiginoso. Quem era esperança na segunda-feira vira vilão na sexta-feira. Quem era considerado salvador da pátria em novembro cai em desgraça no natal.
Na vida política, é comum que aqueles que ocupam os cargos de prefeito, governador e presidente recebam uma trégua de 100 dias da imprensa e sociedade. É o tempo que ele tem para se habituar ao cargo, tomar consciência dos processos e adotar as medidas que julga necessárias.
O critério poderia até ser adotado na Ponte Preta. Afinal, o mandato é de quatro anos. Não foi. É aqui, hoje e agora. Precisa reagir e mostrar resultados. Sem perdão.
Resultado: O presidente Marco Antonio Eberlin, é criticado nas 24 horas do dia. Não tem chance de defesa. Ou de contra-ataque. Arrisco dizer: nem se conseguir salvar o time da degola. Está difícil fugir. Mas não é impossível fugir da Série A-2.
Eberlin está sendo fritado no tribunal das redes sociais. Alguns dizem que sou ameno nas criticas dirigidas a ele. Não sou contundente.
Perceba: em algumas oportunidades, os fatos são mais contundentes do que qualquer opinião jornalística. Manutenção equivocada de Gilson Kleina, jogadores contratados em péssima forma física, eliminação para o Cascavel na Copa do Brasil, contratações que não deram certo como Wesley, baixa presença de público no Majestoso, derrota por 3 a 0 para o rival Guarani… Os fatos dizem por si.
O trabalho é decepcionante. Não sou eu que digo isso. São os fatos. E como o responsável é o presidente do clube, o surgimento das críticas é algo natural.
A decepção com a nova diretoria executiva de Marco Antonio Eberlin talvez tenha relação com a esperança depositada após 26 anos de erros e equívocos do outro grupo político. E o pior: a sensação é a de não há no que se agarrar. Porque o exercício do poder tem relação com expectativa, produção de esperança. A situação não produziu até o momento e a oposição é incapaz.
Ou seja, é a desolação em forma de bola. O torcedor comum pontepretano pensa: não há saída. Não tiro sua razão.
Não se espante se a própria torcida da Ponte Preta pedir que a Ponte Preta vire SAF e sem participação de nenhum dos envolvidos nos dois grupos políticos.
Detalhe: por conceito, sou contra SAF para os dois times de Campinas(isso é tema para outro artigo). Mas na hora do naufrágio, qualquer bote salva vida resolve.
(Elias Aredes Junior-