O domingo reserva as semifinais do Troféu do Interior. E toda vez que Red Bull Bragantino e Ponte Preta se encontram ganhamos o argumento suficiente para retomar a discussão sobre a validade ou não da adoção do clube empresa. Se tal modalidade administrativa pode servir como passaporte para melhoria de qualidade no gramado.
Se olharmos os balanços financeiros de um e de outro, a diferença salta aos olhos.
Já em 2019, ano que a Macaca disputou com o Massa Bruta a mesma edição da Série B, a Ponte Preta teve um gasto no departamento de futebol profissional de aproximadamente R$ 22 milhões com jogadores, comissão técnica e Staff. Enquanto isso, o Bragantino gastou aproximadamente R$ 27 milhões com jogadores e Comissão técnica. O titulo não veio por acaso.
No ano passado, a disparidade aumentou. Para disputar Copa do Brasil, Série A e Paulistão, a equipe teve uma receita liquida (descontado os impostos) de R$ 145 milhões. É outro mundo, outra realidade.
Agora, existe um entrave. Especialistas em finanças do futebol reclamam da ausência de transparência na publicação dos balanços financeiros por parte do Red Bull Bragantino. Os documentos não vem com notas explicativas e todos os dados requisitados pela legislação. Em sua defesa, a direção do Red Bull Bragantino chegou a emitir uma nova para defender a sua conduta e reafirmou que cumpre todos os requisitos da lei (veja o texto aqui)
Assisto ao imbróglio e penso: e se a Ponte Preta fosse um clube empresa e seus controladores adotassem medidas e posturas que contrariassem a torcida e o Conselho Deliberativo? Quem poderia consertar o rumo? Quem poderia fomentar o debate? Qual seria a saída?
Ser uma associação sem fim lucrativo não é o fim do mundo. É possível gerir com eficiência, competência e credibilidade. Basta escolher as pessoas certas. Assim como clube empresa não é imune a ruídos.
Que a Ponte Preta coloque sempre esses pontos em estudo quando decidir o caminho que deseja percorrer.
(Elias Aredes Junior- arquivo Pontepress-divulgação)