Nenhum torcedor pontepretano ficará imune ao confronto de sábado à tarde contra o Avaí. Vou além: a fissura é por acompanhar a semana de preparação e como Gilson Kleina armará seu time titular para chegar a divisão de elite. Antes de tudo é preciso conhecer o seu adversário. Virtudes e defeitos. A reportagem do Só Dérbi assistiu jogos, gols e os melhores momentos do time catarinense em seus jogos como mandante. Descobriu jogadas para serem neutralizadas e falhas para serem exploradas na construção da vitória redentora.
O desempenho irregular em casa não faz o Avaí ser uma presa fácil. Pelo contrário. Ofensivamente é uma equipe com variedade ofensiva. Tem uma lógica: trabalhar com os laterais Guga e e na esquerda para que a bola seja colocada na direção da primeira trave. Os desvios de cabeça de Rodrigão ou o rebote aproveitado por Renato e Getúlio são mecanismos utilizados constantemente.
Mais: existe uma obsessão em trabalhar o jogo de infiltração. Seja quem for o titular, tanto Rômulo como Marquinhos lançam a bola em profundidade para com isso tirar o zagueiro adversário da área ou fazê-lo encarar uma jogada de mano a mano. Rômulo merece um capitulo à tarde. Transita pela faixa intermediária e com mobilidade aparece como alternativa para armar nas imediações da grande área. Um exemplo disso foi na vitória contra o Coritiba, em que Rômulo acionou Capa no ponto futuro e a conclusão do lateral foi certeira.
Como bloquear tudo isso? Duas providências. A primeira é fazer com que pelo menos um volante esteja próximo dos zagueiros pontepretanos Renan Fonseca e Reginaldo. Atuar com para- brisa e evitar a jogada de penetração e a as conclusões de Renato, Rodrigão e Getulio. Mais: Danilo Barcelos não poderá se lançar à frente. Deve priorizar a marcação. As tramas ofensivas iniciam com Guga, autor da maioria das jogadas de bola parada. Liberar Ruan para incomodar pode ser uma boa alternativa, especialmente pelas dificuldades de escalação do Abaí. Capa não atuará por expulsão diante do CSA e Igor Fernandes está lesionado no ombro. Pode virar dúvida.
Nem tudo são cuidados. Uma troca aqui e ali não evitou que erros aparecessem. Um fato chamou atenção nos gols sofridos pelo Avaí dentro da Ressacada. Sua zaga não atua protegida e tem dificuldade para efetuar o corte e sair ao campo de ataque. No empate por 3 a 3 com o Guarani, no segundo gol, a zaga ficou enrolada na busca do rebote e Caíque foi mais esperto.
Na vitória pelo placar simples, o Criciúma deu o mapa da mina. Alternar a marcação na zona intermediária com atacantes sendo adiantados para atrapalhar a saída de bola. Como o Avaí demonstra dificuldade de recomposição defensiva e o meio campo fica distante da defesa na saída de bola, não é fora de órbita sonhar com o roubo da bola e a consequente criação das oportunidades. Junior Santos pode ser precioso no cumprimento dessa missão.
No revés diante do Goias, o Avaí exibiu outro entrave, a marcação em cima de jogadores velocistas. Betão, apesar de sua liderança, é lento e têm dificuldades de recuperação. André Luiz terá um prato cheio para exercer seu futebol de força e velocidade. A defesa terá outro problema: o atual goleiro titular Mauricio Kozlink está suspenso pelo terceiro amarelo e Aranha recupera-se de lesão no tornozelo. A camisa 1 deve ficar com Rubinho, 36 anos, e que jogou apenas uma vez neste ano. Sua falta de ritmo de jogo abre caminho para chutes de média distância.
Nos próximos dias, vídeos e analistas de desempenho serão chamados a aparecerem. Será um duelo de Xadrez. Espera-se que a Macaca dê o xeque mate.
(análise feita por Elias Aredes Junior)