A resolução da Conmebol de ampliar o número de participantes da Copa Libertadores a partir de 2017 deveria ser comemorado pelos torcedores da Ponte Preta. Sim, apesar do sonho de participar do torneio continental encontrar-se longe do horizonte o calendário de fevereiro e dezembro poderá gerar um efeito cascata com consequências positivas.
O primeiro desdobramento será no próprio Brasileirão. A CBF já requisitou uma vaga a mais para a Libertadores de 2017 e a resposta será concedida nos próximos dias. O atendimento do pedido de contemplar o quinto colocado com a participação no torneio intercontinental fornece uma esperança aos clubes de porte médio de se planejarem melhor na busca de uma boa colocação. A Macaca precisa ficar atenta e caso seja aplicado neste ano não é o caso de jogar a toalha no Brasileirão.
Com a Libertadores prevista para o ano inteiro, é bem possível que a CBF extermine com a atual distorção do calendário brasileiro. Hoje, em que determinado a equipe é obrigada a escolher entre a Copa do Brasil e a Sul-Americana. A escolha de competição acontece porque toda a Libertadores ocorre até julho enquanto que Sul-Americana e Copa do Brasil ficam com choque de datas no segundo semestre.
O novo formato do calendário, no fundo é uma tentativa de acomodar interesses e fazer com que as equipes disputem competições desde a fase inicial, assim como ocorre na Europa. Pegue um exemplo: o Flamengo disputa a Copa Sul-Americana porque foi eliminado da Copa do Brasil. E se pudesse administrar as duas competições será que o comportamento no gramado não seria diferente? O foco não seria mudado? O raciocínio vale para a Ponte Preta.
Qual será o efeito prático? Simples: todo meio de semana teremos futebol, seja de Paulistão ou Copa do Brasil ou mesmo das competições da Conmebol. O detalhe é que a CBF terá a obrigação de acomodar interesses para que times da divisão de elite participem de todos os torneios. Resultado: a Macaca será diretamente beneficiada. Se for mantido os atuais critérios de classificação para Copa do Brasil e Sul-Americana, a Macaca poderá planejar na busca de boas participações nos torneios de mata-mata.
Em contrapartida, tal cenário exigirá maiores investimentos, um plantel mais robusto e um preparo físico impecável para suportar um calendário pesado e exausto. Que a Alvinegra esteja preparada para todos os cenários.
(análise feita por Elias Aredes Junior)