De remendo em remendo, Guarani busca salvação na Série B. Vai conseguir?

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Quando eu era criança, passava minhas férias em Guarantã, uma cidade do interior de São Paulo, localizado próximo de Lins. Lembro do esforço da minha avó em receber aquela dezena de netos oriundos de diversas partes do Brasil. Apesar de tudo se encontrar controlado nas festas de final de ano, era obvio que por vezes não existia lençol e travesseiro para todos.

Nestas horas de emergência, sempre existia uma colcha de retalhos para esquentar os pés. Não era o ideal, mas ajudava a enfrentar aqueles dias tumultuados entre Natal e ano novo. Era situação excepcional porque o ideal era de que todos tivessem lençóis e cobertas sem remendos. Sábia como poucos, minha avó nunca vendeu o improviso como algo definitivo. Pelo contrário. Até incentivava que seus filhos trouxessem roupas de cama de suas casas.

Guardadas as devidas proporções, o Guarani deseja vender como definitivo algo que é provisório. Um remendo.

Independente do espírito de luta contra a Ponte Preta e da evolução tática feita por Pintado, não dá para ignorar o básico: o elenco foi muito mal montado. Não é só questão de trazer jogador limitado. O foco tem que ser em checar que as características dos jogadores não se casam, não combinam, não produz conexão.

O que tenta se fazer agora com reforços como Daniel dos Anjos e Gabriel Bispo?

Um remendo.

Trazer jogadores que tragam um mínimo de coerência e de produtividade. Talvez a esperança é que dessa vez as contratações estão sob a responsabilidade de Toninho Cecílio e Danilo Silva, os únicos que realmente entendem do tema futebol dentro do Brinco de Ouro. Então, a instituição do remendo é culpa da dupla? Nada disso. Eles estão apenas na busca de salvar um processo desastroso iniciado em janeiro e que todos sabem de quem é a culpa.

O jeito é torcer para um encaixe que produza uma reação avassaladora. E produza alívio.

(Elias Aredes Junior-Com foto de Raphael Silvestre-Guarani F.C)