Dirigentes e torcedores de equipes rebaixadas mostram compreensão com seus personagens. Na Ponte Preta, o tribunal de exceção não tem fim. Qual o motivo?

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Acompanho pelas redes sociais o programa “Balanço Esportivo”, da CNT Paraná, e o novo presidente Samir Namur descreve seus planos e estipula a permanência do goleiro Wilson como prioridade. “Quero contar com todos os jogadores experientes”, disse o novo dirigente do coxa-branca.

Assim como o time campeão brasileiro de 1985, o Avaí também vai revisitar a Série B e apostou na renovação de contrato do técnico Claudinei Oliveira, que atuou nas 38 rodadas da divisão de elite.

Na página do Facebook, a repercussão é de boa aprovação a atitude da diretoria. “Parabéns ao presidente, que pensa longe e que com certeza acertou em manter Claudinei ótimo treinador e encaixado com o clube. Parabéns e que tenhamos um 2018 muito feliz. Pra cima deles, Leão”, afirmou um internauta de nome Márcio Ferreira, aprovado de imediato por outros. “Bom treinador, apesar do elenco e alguns erros no campeonato de escalação e formação tática, (na minha opinião), jogando muitas vezes com o time retrancado. Boa sorte, e que traga muitas felicidades a nação Avaiana esse ano”, ratificou Jacson Inácio. “Ótima notícia! Isso aí Avaí, pés no chão para 2018. Ele já nos pegou numa situação bem pior em 2016 e nos levou ao vice campeonato brasileiro e tirou leite de pedra em 2017”, ratificou Bruno Soares.

Surge a inevitável pergunta: porque Gustavo Bueno e Eduardo Baptista não usufruem do mesmo índice de aprovação? Por que torcedores de times rebaixados mostram benevolência com seus personagens enquanto que a Ponte Preta vive um tribunal de exceção sem fim?

A resposta é complexa, mas vale a pena esmiuçar. Coritiba e Avaí estão rebaixados, mas durante parte do Brasileirão demonstraram poder de reação, até nos instantes em que tudo parecia perdido. Detalhe: com padrão de jogo. A Macaca, queiramos ou não, no conjunto da obra, teve lampejos. Não demonstrou um jogo sequer, até nas vitórias, com um futebol com esquema tático com começo, meio e fim. Ou seja, o torcedor pontepretano não viveu um estado de esperança e sim de constante tensão. Natural a procura de culpados por viver sentimentos tão ruins por sete meses.

Existe o velho quesito da comunicação. Tanto Coritiba e Avaí demonstraram maior agilidade para comunicar-se e prestar contas com seus torcedores. Perceba: isto não tem nada a ver com assessoria de imprensa e sim a disposição do dirigente, jogador e treinador de serem claros ao torcedor. Qualquer ruído produz ressentimentos e dúvidas.

Resumo da ópera: Atlético-GO, Avaí e Coritiba têm torcedores revoltados, mas com boa dose de esperança. Na Ponte Preta, o que existe é tristeza e falta de informações sobre o rumo a ser tomado. Esperamos que esse enredo mude. Urgente.

(análise de Elias Aredes Junior)