Temos menos de dois meses para as eleições na Ponte Preta. O Dia 20 de novembro vai representar o começo de uma nova página na história do clube. Já escrevi sobre o tema, mas penso que agora o tema ganha relevância.
A pergunta é única: qual será o papel da imprensa neste processo? De que forma as chapas podem esclarecer os seus projetos?
Não são pequenas as tarefas.
Um cenário é dedicar tempo para falar de números, gols, ranking do mandante, artilheiros, declarações por vezes inócuas de jogadores entre outras platitudes.
O quadro muda de figura quando o que está em jogo é o futuro da instituição.
É nossa obrigação abordar o assunto de uma maneira séria, profissional e com busca a esclarecer aquilo que não está exposto. Ou entendido. Declarar voto? Jamais! Nunca. Somos emissores da mensagem e nunca participantes do processo.
Seja MRP ou DNA Pontepretano, os questionamentos precisam ser duros, fortes e incisivos. Até para que as respostas correspondam as expectativas dos 785 eleitores, mas também da comunidade pontepretana.
O comportamento dos veículos de comunicação não exime as chapas de algumas tarefas.
Talvez as cobranças soem repetitivas. Sim, os planos de trabalho foram apresentados, tudo é lindo e maravilhoso no papel. Mas alguns temas práticos, as chapas precisam responder de modo veemente. E os veículos de comunicação devem deixar o entretenimento de lado e cobrar uma posição.
1-Relação com CBF e Federação Paulista: como será estabelecida esta relação? Talvez um dos únicos pontos positivos da atual gestão de Tiãozinho é que sua proximidade com Reinaldo Carneiro Bastos, impediu a Macaca de quebrar neste ano. Será fundamental nos primeiros meses do ano.
2- Correção do quadro financeiro: ninguém pode ou deve dourar a pílula. O quadro financeiro da Macaca em 2022 é dramática. As verbas adiantadas em 2022 resolveram o quadro imediato em 2021, mas comprometeram as finanças em 2022. Pergunta: de onde virá o dinheiro para deixar o clube de pé e evitar os atrasos nos salários? Se as duas chapas prometem que não existirá mecenas, como levantar os recursos? Seria de bom grado responder. Para ninguém se sentir enganado depois.
3- Relacionamento com a imprensa: as perguntas a serem direcionadas as duas chapas são curtas e diretas: o jornalismo critico será respeitado? Existe o risco de se pedir a cabeça de profissionais ou entrar na Justiça para se retirar do ar páginas e podcasts com conteúdo incisivo? Ou vai se abraçar apenas os clássicos profissionais chapas brancas ou docéis?
Vou além: acho que tanto uma chapa como outra deveria promover uma entrevista coletiva. Tirar duvidas. Submeter-se ao escrutínio da opinião pública.
Afinal de contas, transparência nunca é demais. Nunca.
(Elias Aredes Junior-Foto