A diretoria executiva da Ponte Preta e o seu departamento de futebol profissional cometeram diversos erros. Um acerto não pode passar despercebido: a contratação de Emerson Sheik.
Aos 38 anos e respaldado por títulos conquistados por Flamengo, Fluminense e Corinthians, em pouco tempo o atleta virou referência no elenco comandado por Gilson Kleina e um imã midiático.
Seus gols e jogadas viraram atrações habituais dos programas esportivos. Basta verificar a quantidade de vezes que os chapéus executados contra o Sol de América foram reprisados por programas de televisão e portais de internet.
Neste terremoto de talento e habilidade, um mistério paira no ar: o jogador vai desembarcar em dezembro? Em diversas entrevistas, o jogador foge do assunto, diz que um passo deve ser dado de cada vez e que a sua intenção é deixar uma boa impressão.
Seu posicionamento é coerente e de uma consciência ímpar. Demonstra a noção de que está no ocaso da carreira. Verifica a atualidade. Não pensa no amanhã. Porque as condições físicas poderão ser diferentes.
A postura ativa não deve ser cobrada de Emerson Sheik e sim da diretoria executiva e dos responsáveis pelo departamento de futebol. Espero que no ambiente interno do Majestoso já esteja inserida tal prioridade. Ou seja, conversar com o jogador para convencê-lo a aceitar e ouvir primeiramente a proposta da Ponte Preta para 2018 e transmitir a sua importância na atual conjuntura.
As possíveis ausências de Lucca – que pode ser devolvido ao Corinthians ou envolvido em negociação- e de outros atletas como Marllon e Nino Paraíba produzem a exigência de contar com figuras com poder de liderança e força para sustentar o processo de transição, seja com Gilson Kleina ou com outro treinador.
O esforço e as tratativas valem a pena. Sheik está motivado e integrado a Ponte Preta. Não surgiu para passar hora. Trabalha com afinco e no gramado demonstra um futebol de primeiro nível.
Seria um pecado esta história terminar em dezembro, sem chance de ser esticada, por exemplo, até o próximo Campeonato Paulista. Se Emerson Sheik é a âncora do presente, não resta dúvida sobre sua capacidade de ser a bússola na construção de um futuro alicerçado no estádio Moisés Lucarelli.
(análise feita por Elias Aredes Junior)