Futebol com gosto de gelatina ou de torta? O que deseja o torcedor da Ponte Preta? Leia e entenda!

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O futebol é a sobremesa da vida. Durante a semana estamos ocupados com diversas tarefas. Somos trabalhadores, estudantes, dedicamos atenção aos nossos país, filhos, parentes e  temos nossos compromissos religiosos. Ou separamos um tempo para um ato de voluntariado. É uma atividade extremamente profissional. Verdade. Mas o futebol é, antes de tudo, lazer.

Se é a sobremesa, claro que o torcedor pontepretano quer aquilo que for mais saboroso. O que ele não sabe é que há pelo menos quatro anos ele consome apenas e tão somente a “gelatina” neste cardápio da vida.

Já pararam para pensar como se faz uma  porção de gelatina? Esquente a água, despeje o conteúdo em pó na vasilha e quando a água estiver no ponto, você mistura e coloca na geladeira.

Pronto.

Simples, rápido e prático de fazer. E com consumo tão rápido que por vezes esquecemos a experiência da degustação. E se a escolha for por fazer uma torta?

Daí o trabalho é bem maior. Ingredientes são reservados para fazer a massa e deixá-la consistente; um periodo para fazer o creme e capacidade para reservar as frutas que vão ornamentar o prato. Demora, mas admita: é bem mais saboroso e excitante. Gelatina alimenta e sustenta; uma torta bem feita pode proporcionar até uma ligação afetiva.

Qual o motivo desta metáfora gastronômica em uma coluna de futebol?

Simples: no desejo de saciar a sua fome por bons resultados, o torcedor da Ponte Preta, dirigentes e parte da imprensa quer tudo rápido. Não quer esperar. Consome e aceita trabalhos que se assemelham a uma gelatina. Não apenas porque são perecíveis após determinado tempo e sim porque não trazem marca, legado, sentimentalismo.

Ao contrário de trabalhos que se assemelham a feitura de pratos  elaborados ou de torta. Demoram e requer habilidade para deixa-los em padrão de qualidade aceitável. E produzem memória afetiva.

Ao contrario dos trabalhos de 2020 feitos por Gilson Kleina, João Brigatti e Marcelo Oliveira que  infelizmente tiveram a forma de uma gelatina. Porque o dirigente, o dono do restaurante, se recusou a ter paciência. Atributo que já esteve presente em outras épocas, como em no período 2011-2012, quando o próprio Kleina teve tempo para fazer um trabalho elaborado. Jeito e sabor de uma bela torta doce.

Fábio Moreno, apesar de seus percalços e falhas, tem uma qualidade: quer servir uma saborosa torta. Nem que ela demore para sair. A torcida? Ah, muitos, apoiados por alguns dirigentes e até componentes da imprensa se contentam com gelatina insossa e por vezes sem sabor.

Nem preciso nem dizer quem faz a escolha do prato certo.

(Elias Aredes Junior)