Getúlio, Ângelo, André e Alexandre: uma história para mostrar o que é uma família bugrina

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A Rua Itagiba era a capital bugrina no Jardim Amazonas. Não era pouco. De 1973 até 1994 este bairro localizado na saída de Valinhos tinha uma montanha de bugrinos. Cristiano, Cher, Fabiano Duarte e com o auxilio de Julio César, que residia na parte final da Clara Camarão. Mas o comando da brigada Bugrina estava de uma autêntica família bugrina. Honravam o que descrevia o hino oficial.  O baluarte é o Senhor Getúlio seguido pelos filhos Ângelo, o Zé; André e Alexandre. Todos com sobrenome Brites. Todos bugrinos. No final da década de 1980 e inicio da década de 1990 não existia uma única pessoa fanática por bola e residente no bairro que não conhecesse alguma história ou relato protagonizado pelo trio.

Futebol é oxigênio para eles. Lembro que quando o Brasil foi tetracampeão nos Estados Unidos, a cena mais marcante nem foi o chute do Roberto Baggio na direção da lua e sim a corrida desenfreada de Xande pelas ruas do bairro e o “desmaio” aoos pés meu e de minha irmã.

Tudo era intenso para o trio. Comparecer a um jogo do Guarani era um ritual sagrado. Começava por percorrer as ruas para mobilizar os companheiros de oficio. Em pleno domingo, lotavam os ônibus. Se o time vencia, a festa permanecia pelo bairro e não foram poucas as vezes que tudo terminava em música. De preferência, rock in roll ao som da banda prelúdio, em que Zé era um dos líderes..

Os filhos do Seo Getúlio utilizavam o trunfo disponível para “vencer” os pontepretanos: informação. De troco recebiam o talento de Victor Arantes nas peladas de rua.

A incompetência dos cartolas, a vaidade exacerbada nos bastidores fez com que Zé, André e Alexandre perdessem a fissura por acompanhar o Guarani. Ao visitar suas redes sociais, vi apenas uma única foto, de propriedade do Zé. Revi Alexandre há uns três anos. Exímio jogador de xadrez, mas sem a mesma paixão pelo Guarani.

Não culpe Alexandre. Não discrimine o Zé. Não critique o André. Se eles não acompanham como antigamente a culpa está sobre os cartolas que tiraram sonhos da mente de muitos e transformaram a agremiação em pesadelo ambulante. Uma pena.

(Elias Aredes – Foto de Facebook)