Você pode achar inadequada ou sem sentido mas algo não há como negar: o Guarani tem uma cara. Tem um estilo e um esquema de jogo para buscar os 12 pontos necessários para manutenção na Série A-1 ou na luta pela classificação. Que aliás, não será fácil diante do fato de que o alviverde foi o único que não pontuou no grupo B.
Mas todo mundo que Umberto Louzer vai atuar com dois atacantes pelos lados do campo e quando ocorrer a posse de bola, eles ficam compactados no meio-campo. Com a bola, todos ficam próximos uns dos outros para que a bola seja trabalhada em passes curtos e progressivos e com isso armar com que essa aproximação proporcione todos cenários: ou a bola projetada para ser aproveitada por um lateral ou um atacante ou jogada para que Derek possa utilizar sua força física para ganhar os oponentes e completar a gol.
Está tudo lá. Não há como disfarçar. Mas Umberto Louzer tem um limitante. E esta barreira estaria presente se o técnico fosse Guardiola, Dorival Junior, Tite ou Abel Ferreira: a qualidade dos atletas.
O Guarani não botou a bola na rede porque seus jogadores, apesar de esforçados, dedicados, determinados e obedientes na parte tática tem limitações. São jogadores que cabem muito bem em uma Série B de Campeonato Brasileiro, mas que quando estão diante de qualquer gigante não conseguem transformar chances em gol.
Pode vencer Santos e São Paulo? Evidente que sim. Mas o jogo contra o Corinthians demonstrou por A mais B que o Guarani não está na prateleira recomendada por sua história.
Qual caminho a ser adotado?
Não se deve abrir mão de nenhum jogo. Óbvio. Mas deve-se priorizar os confrontos contra São Bernardo, Internacional de Limeira, Santo André e Portuguesa. Garantir pontos nos jogos contra times que não estão nas duas principais divisões do país é fundamental. É o passaporte para ficar longe de qualquer susto quanto ao rebaixamento. E brigar pela classificação nos confrontos diante de Ituano, Novorizontino, Botafogo-SP e Mirassol.
Concordo, futebol não é ciência exata. Só que é possível fincar os pés no chão e planejar de modo racional. Basta querer.
(Elias Aredes Junior-Com foto de Raphael Silvestre-Guarani F.C)