Vou voltar a um tema delicado. Sim, vamos retomar o assunto da polêmica pesquisa de preferência de torcida. Não vou relembrar os índices. A torcida do Guarani está machucada, ressentida e inconformada com os resultados. Por outro lado, a torcida pontepretana aproveita os dados como argumento. É o mundo do futebol. Só considero incrível que até agora a diretoria do Guarani e os homens influentes do clube não tenham se mexido e tomado uma medida prática. Por que número se responde com número.
Explico: a pesquisa foi feita a partir de um patrocinador da Ponte Preta. Feita em dezembro de 2015. Vazou. Chegou a imprensa sem autorização do solicitante junto a Pró Pesquisa, patrocinadora do levantamento.
Pois bem. No Brasil, temos duas empresas de pesquisas com credibilidade junto a população: Ibope e Datafolha. São empresas que fazem pesquisas por encomenda. Ou seja, trabalham para o setor privado.
Ora, o raciocínio é muito simples: se a diretoria do Guarani encontra-se incomodada com o assunto (e tem o direito de encontrar-se, pois o sentimento é único, individual e instransferível) , porque não pede a colaboração de bugrinos abastados e encomendam uma pesquisa sobre a preferência clubística na sociedade campineira e nas 19 cidades da Região Metropolitana de Campinas?
Digo que o Guarani prestaria um serviço. Na última pesquisa do Ibope sobre o tema, feita sob encomenda do Jornal Lance, em 2014, não existia qualquer dado relativo ao futebol de Campinas. Todos os gigantes e até alguns times médios do futebol brasileiro estão retratados ali, menos Ponte Preta e Guarani. Deve existir alguma aferição do Ibope e do Datafolha? Claro que sim. Mas devem ser antigos e anteriores a polêmica pesquisa que detonou tal espiral de ressentimento.
Se quiser portar-se como estrategista e esperta, a diretoria do Guarani deveria comportar-se como um candidato em época de eleição, que por vezes encomenda pesquisas para rebater números divulgados pelo adversário.
Em boa parte das vezes, nenhum dos levantamentos está incorreto, pois isso tem relação com metodologia de levantamento. Mas serve como trunfo na guerra de informação. Mais: se a pesquisa já está em andamento, então que o resultado seja divulgado o mais depressa possível. Nesta rivalidade eterna, pelo menos neste quesito, apesar de reagir, o Guarani aparentemente não utiliza por enquanto as armas corretas.
(análise feita por Elias Aredes Junior)