Hora de transformar Fumagalli no 12º titular do Guarani

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Os números impressionam. São 220 partidas com a camisa do Guarani. Foram 67 gols anotados e alguns memoráveis, como diante do Palmeiras, nas quartas de final do Campeonato Paulista de 2012 ou o pênalti convertido no empate por 1 a 1 com a Ponte Preta quando o derbi completou 100 anos de existência, também em 2012. É inegável: Fernando Fumagalli está na história do Guarani. Não como ídolo supremo, mas tem um lugar de honra. Merecidamente. Mas o tempo não perdoa ninguém. No futebol, este conceito é ainda mais doído.

O que verificou nos cinco primeiros jogos da Série A-2 do Campeonato Paulista é que o tempo parece querer derrotar o jogador de 38 anos. A técnica, habilidade, destreza e visão de jogo ainda encontram-se ali. Mas por vezes falta o condicionamento físico exigido em um esporte de alto rendimento.

Pintado deve descartar Fumagalli? Nada disso. Em uma competição disputada, equilibrada e acirrada como a segundona paulista, a presença de opções no banco de reservas é condição primordial para carimbar o passaporte do acesso. Uma bola parada, um lançamento para o atacante de velocidade ou a cadência no jogo são requisitos que podem ser executados por Fumagalli com maestria.

A pergunta: quando? Resposta simples: no segundo tempo, de preferência nos 25 minutos finais. Quem compareceu aos jogos no Brinco de Outro contra Taubaté e Bragantino e acompanhou os embates diante de Monte Azul, Marília e Velo Clube verificou que o Alviverde  contava com um Fumagalli elétrico e participativo nos minutos iniciais. Participava da marcação, apresenta-se no ataque, dava passes milimétricos e chegava na área até para finalizar. Os minutos passam e o fôlego, o vigor evaporam. Natural. Não podemos esquecer: quem está ali é um homem de 38 anos. Com suas virtudes e limitações. No segundo tempo, invariavelmente, por mais que se esforce, Fumagalli vira espectador de luxo. Não interage, não batalha. Um quadro agravado pelo calendário da competição, com jogos com intervalo menor do que 72 horas. Se os garotos sentem o desgaste, o que dizer de atletas acima de 30 anos…

Solução? Escalar Douglas Packer ou João Vittor como detentores da vaga no começo do jogo e Fumagalli virar o 12º titular para entrar nos minutos finais e render ao máximo e dentro de um contexto que lhe será confortável. Ou seja, com adversários cansados e já com a leitura de jogo devidamente feita, pois Fumagalli sempre mostrou apuro em destrinchar os apuros do jogo. Que Pintado tenha sabedoria em preservar e utilizar um ídolo da história bugrina.

(análise escrita por Elias Aredes Junior- Foto de Rodrigo Villalba-Memory Press)