Apesar da manutenção na Série B do Campeonato Brasileiro, o Guarani prepara-se para uma maratona na segundona paulista em que o acesso será obrigatório na visão da torcida.
Diante da perspectiva de lesões e contusões, o departamento médico poderá ser exigido, o que poderá ser uma temeridade, diante das precárias condições de trabalho oferecidas pelo clube, de acordo com profissionais atuantes no departamento e ouvidos pelo Só Dérbi.
O atual departamento começou a ser formatado quase do zero em 2015 a partir da chegada de Vanderlei Rondini. No ano anterior, o médico foi chamado às pressas para trabalhar na reta final da terceirona nacional após a desistência do profissional que estava no Brinco de Ouro.
Quando os médicos e fisioterapeutas colocaram a mão na massa, a triste constatação: equipamentos estavam sujos e aparelhos sem funcionamento. A saída foi a dos próprios médicos e fisioterapeutas tirarem dinheiro do próprio bolso para realizar a limpeza e fazer os aparelhos funcionarem. Alguns defeitos eram insolúveis, como a ausência da ficha médica dos atletas dos últimos dois anos.
O esquema “Teleton”, ou seja, de doação, ainda prevalece no Guarani. Basta dizer que atualmente toda a medicação necessária para atuar em uma partida de futebol, que é spray, esparadrapo, e até seringas e agulhas são provenientes de doação, de acordo com relatos obtidos pela reportagem. A organização dos exames clínicos, cardiológicos e as pastas dos atletas agora encontram-se todas em ordem.
Para os atuais integrantes do Conselho de Administração não parece ser suficiente. Existe uma cobrança para extensão da jornada de trabalho dos médicos e fisioterapeutas e o clube, de acordo com esses profissionais, que falaram sob a condição de anonimato, não receberam qualquer incentivo para participarem de congressos, simpósios ou perspectiva de melhoria nos salários e também na infraestrutura.
O ápice chegou na semana passada quando o Conselho de Administração teria encaminhado a perspectiva de troca de todo o departamento médico e de fisioterapia e a troca por uma equipe de custo menor.
Em contato com o Só Dérbi, o presidente Palmeron Mendes negou de modo veemente a informação e fez questão de afirmar que o clube está em dia com suas obrigações. “Na verdade, fizemos o que nunca foi feito, com exame completo no início de temporada, com os atletas do Sub 20 e com os profissionais. Só estamos melhorando a nossa estrutura médica e teremos mais”, disse o dirigente bugrino.
(texto e reportagem: Júlio Nascimento e Elias Aredes Junior)