Momento de reflexão e pés no chão na Ponte Preta

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Altos e baixos. Semana passada empolgação, hoje cornetagem. Adoro pontepretanos pela falta de censura ao sonhar e desejar. Pela ousadia e confiança que às vezes mal posso argumentar. Mas que não faltam jamais. Mas caminhar sobre o fio da navalha é extremamente perigoso.

Escrevi há dois meses que não acreditava na chegada da Ponte ao G4, mas matematicamente ainda é possível. O time embalou grandes atuações contra Palmeiras, Atlético-MG e Corinthians. Empolgação. Depois da derrota pro Fla e o empate contra o América-MG a maré se transformou e as críticas voltaram. E de maneira justa.

Mas é preciso entender um processo: o time se aproximou do G4 em um momento que a tabela lhe permitiu isso. Mas, devemos mudar a mania nacional de achar que futebol é momento até quando se avalia uma história. Se fosse momento, o Internacional e o São Paulo estariam fechados.

Eduardo Baptista pegou um elenco que estava predestinado a lutar contra o rebaixamento e transformou numa equipe competitiva. Não tem um jogador diferenciado que resolva como Robinho, Diego ou Gabriel Jesus, mas transformou um reserva no vice-artilheiro do Campeonato.

Eduardo entendeu as limitações e transformou o time em um excelente coletivo.

Mesmo com uma campanha melhor que os ricos e poderosos Fluminense, São Paulo, Cruzeiro e Inter, não é hora de subir no tamanco e achar que a Libertadores é obrigação. A campanha é boa e pode melhorar com a experiência. Já diria Andrés Sanchez  que “só é possível subir o nível dentro de uma competição se você disputá-la por várias vezes”. E concordo.

Não caiam no mesmo erro do ano passado. Quando e se a Ponte se afastar do G4 ou eventualmente “pipocar” no final, não destruam tudo. Não protestem como se fossem o último colocado. Aconteça o que acontecer, serão detalhes que vão diferenciar os primeiros colocados. Portanto, a grosso modo, o trabalho segue sendo bem feito. E com ajustes que serão corrigidos.

O G4 não é real. Pelos pontos, pela defesa, pela perspectiva e pela quantidade de bons times que tem ali lutando pelas quatro vagas. Vem aí Grêmio, Galo e Cruzeiro. Até aqui uma boa fase. Se depois disso mantiver o ritmo, aí sim, o sonho tá virando realidade.

(Texto e análise de Júlio Nascimento)