Quando você atua em uma determinada área de atividade e é bem sucedido, é evidente que seguidores são arregimentados. Uma memória afetiva é formada e com o passar dos anos as vezes a realidade é suplantada pela mitologia.
Fatos são inflados e a análise criteriosa fica apagada pelo tempo.
O novo presidente da Ponte Preta, Marco Antônio Eberlin foi beneficiado por esse fenômeno. Sua passagem pelo comando do futebol da Macaca, de 1997 a 2006 produziu resultados que até hoje são reverenciados.
A semifinal do Paulistão e da Copa do Brasil de 2001, a salvação empreendida no Brasileirão de 2003, a revelação de atletas como Luiz Fabiano, o cenário do estádio Moisés Lucarelli lotado…tudo isso é relembrado por torcedores e companheiros de seu grupo político nas redes sociais.
Quis o destino que este legado seja colocado em jogo. Ou melhor, que esta história corra o risco de deixar o protagonismo para ficar como coadjuvante. Exemplo prático: Luis Felipe Scolari é multicampeão, mas o 7 a 1 sobre a Alemanha é lembrado em todas as suas entrevistas.
Se não dá para fugir da constatação que na primeira entrevista coletiva o novo mandatário pontepretano trabalhou com a verdade e a transparência sobre o quadro financeiro do clube, também é verdade que nunca alguém teve tanta expectativa em relação ao que pode produzir e fazer no departamento de futebol.
Eberlin será colocado sob prova a cada campeonato. Terá que produzir resultados em médio prazo no campo esportivo e administrativo. Triunfos o levarão certamente a um lugar de destaque na história do clube. Fracassos podem fornecer munição aos seus opositores e que certamente vão utilizar as redes sociais como canhão.
Está para começar o jogo mais importante da vida de Marco Antônio Eberlin. E ele sabe que não pode falhar.
(Elias Aredes Junior-com foto de Diego Almeida-Ponte Preta)