O Guarani está invicto na Série C do Campeonato Brasileiro. O único das três divisões do futebol nacional. Fato. Deve ser comemorado e celebrado, especialmente pelo trabalho do técnico Marcelo Chamusca e de seus comandados. Pode chegar ao acesso? Ainda é cedo para dizer. Só que um inimigo continua a rondar as arquibancadas do Brinco de Ouro. Um oponente que traz dissabores e resmungos ao torcedor bugrino. De dirigentes então, dispenso explicações. Já esteve presente em todas as edições da Série C. Seu nome: verdade.
Em boa ou má fase, o que vimos nos últimos anos foi o torcedor bugrino entorpecido pela dor da crise política e econômica. Não aceitava que os problemas surgidos responsáveis por desclassificação não surgiram de uma hora para outra. Nem foi culpa da imprensa e sim de conceitos erroneamente divulgados e espalhados.
Basta dizer que na edição de 2013, o Guarani terminou o turno inicial com 18 pontos e na liderança da terceirona. Naquela época, já tinha alertado para os problemas ofensivos e o fato de que o atacante Nena ficava praticamente à míngua os 90 minutos.
Qual era a reação? Reflexão? Análise? Conversa civilizada? Nada disso. Um mar de insultos e impropérios destinados a este colunista e a todo jornalista com espírito crítico. Alguns torcedores, aliás, chegavam até a duvidar do meu caráter. E por que reação tão raivosa? Simples: dificuldade de compreender que a verdade exibe muitas camadas e facetas. Que o passo inicial ao fracasso é ouvir ou importar-se com quem aposta na alienação, na manipulação da opinião pública ao invés de instigar o pensamento.
Duro é constatar a presença da mesma armadilha. O Guarani vive boa fase, tem um competente, jogadores comprometidos e salários em dia. Só que este cenário não pode apagar a dificuldade vivida nos últimos 180 minutos contra Portuguesa e Botafogo de Ribeirão Preto. Sem Dênis Neves, o setor de armação padece de criatividade. Como já afirmamos, atletas como Deivid, Renato Henrique e Edinho não cumprem as tarefas necessárias. Nem Fumagalli.
Qual o risco? Do torcedor e dos dirigentes acreditarem que tal cenário é sazonal ou fruto de rigor excessivo de jornalistas. Não será um golaço de Pipico ou um golaço de Fumagalli que serão encarregados de viabilizar a redenção de um time destruído financeiramente. Encarar a verdade, seu lado positivo e negativo, sem disfarces, é o remédio para recolocar o Guarani no lugar que ele merece. Sem mentiras ou disfarces.
(análise feita por Elias Aredes Junior)