Se estivesse no lugar do torcedor bugrino eu não estaria revoltado com o empate por 1 a 1 com o Juventude, na segunda-feira á noite no Estádio Brinco de Ouro. A liderança do grupo B foi mantida, a equipe exibiu um futebol de qualidade em boa parte do jogo e de quebra ficou um legado que poucos perceberam: o aparecimento das armadilhas que podem destruir o sonho do acesso em questão de segundos.
Digo isso a respeito da atuação desastrosa do árbitro Graziani Rocha. Ele destruiu e arrebentou com o andamento de uma partida de nível técnico até um pouco acima daquilo que se verifica na Série C . Expulsou Ferreira e Edinho, sendo que o segundo até agora não sabe porque foi agraciado com o cartão vermelho.
Ao deixar de ser energético em relação a aplicação do Fair Play, o árbitro detonou uma cadeia de acontecimentos e vacilos que transformou o jogo em praça de guerra.
Agora, fica uma pergunta: e se tudo isso ocorresse em um jogo das quartas de final? E se o árbitro cometesse tais lambanças e o Guarani ficasse sem dois jogadores para a partida decisiva do acesso? Qual seria a reação do elenco ao saber que teria só mais 90 minutos para chegar ao sonho dourado e que não existe garantia de que a arbitragem trabalhará de modo correto?
Os acontecimentos contra o Juventude demonstram que a diretoria do Guarani não pode vacilar. Os jogos da fase inicial não são apenas para assegurar a classificação mas para se prevenir contra as ciladas do submundo do futebol. Você pode argumentar que a próxima fase só contará com árbitros Fifa. Ok, mas isso não impede de adotar algumas prevenções.
No futebol brasileiro, o trabalho de bastidores e de estabelecimento de relacionamentos com os dirigentes da CBF se constituem em fator preponderante para evitar prejuízos na hora da decisão. Percebam: a atual direção do Bahia tem relações estremecidas com a Federação Baiana e a CBF e, bem ou mal, sofre para embalar na Série B.
Teoria da conspiração? Nada disso. É apenas um lembrete de que o futebol vai muito além das quatro linhas. A Série C dá demonstrações de tal teoria. Que o Guarani aprenda e evite o lamento posterior.
(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Israel Oliveira)