O que existe na Ponte Preta: teimosia ou convicção? Leia e entenda

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A língua portuguesa é maravilhosa. Espetacular. Consegue definir em poucas letras situações complexas. Seja na sua casa, em um clube de futebol, na prefeitura ou em uma empresa. Pegue a definição da palavra teimosia. Basicamente a definição presente no dicionário é de que caracteriza  pessoas que tem apego obstinado às próprias ideias e gostos.

Vamos utilizar o futebol como palco da nossa reflexão.

Existem teimosias construtivas e outras capazes de destruir tudo que está ao redor.

Pegue como exemplo a Seleção Brasileira Tetracampeã do mundo em 1994. Carlos Alberto Parreira foi teimoso. Lutou contra tudo e todos e bancou uma esquematização de jogo. Não desistiu de sua determinação de buscar uma equipe que valorizasse a posse de bola e capaz apostar tudo nos pés de Bebeto e Romário.

Conforme passavam os jogos, os atletas ganhavam confiança, a torcida se enchia de esperança e o que era teimosia por parte de Parreira virava convicção, que é a crença ou opinião firme a respeito de algo, com base em provas ou razões íntimas. Ou como resultado da influência ou persuasão de outrem. Pegue a palavra Prova. Ou seja, a convicção só tem respaldo no futebol com resultados concretos. A prova.

Querem outro exemplo?

Vamos pegar a Ponte Preta em 2013. O então presidente Márcio Della Volpe, com o apoio da torcida, teimou de que era possível chegar longe na Copa Sul-Americana.

Ninguém acreditava.

Nem os comandantes do seu grupo político.

Ele levou a ideia a frente, mesmo que muitos consideravam uma loucura. As vitórias sobre o Velez em Buenos Aires e diante do São Paulo no Morumbi transformaram a teimosia em convicção. Ou seja, vários jogos utilizados para atestar a validade do projeto.

A Ponte Preta passa sufoco na Série B do Campeonato Brasileiro. Está com 12 pontos e foi salva por uma combinação de resultados para evitar a sua entrada na zona do rebaixamento.

Neste periodo, a Alvinegra entrou em campo em 13 oportunidades. Podemos enumerar que teve um jogo razoável contra o Ceará, atuação de regular para a boa contra o Vila Nova e um desempenho bom no primeiro tempo contra o Sport. E muita luta e dedicação no dérbi. Só.

Nas outras partidas, atuações sofriveis, leituras erradas daquilo que acontecia no gramado, falta de eficiência nas conclusões das jogadas, e uma equipe muito mais focada em defender do que em atacar. Um time sem cardápio de jogadas na maior parte das rodadas.

Marco Antonio Eberlin tem o direito de considerar Felipe Moreira a melhor opção para a Macaca. Imprensa, torcida, conselheiros, ex-presidentes e oposição consideram que Felipe Moreira deveria ser trocado por outro treinador.

Por enquanto, os resultados demonstram de maneira cabal que Eberlin está envolvido em uma teimosia que pode levar a Macaca para o buraco.

A saída? Para beneficiá-lo, que os ventos mudem, que Felipe Moreira tenha uma mudança repentina em suas ideias e que a Ponte Preta comece a vencer e transformar a teimosia de Eberlin em convicção pronta para gerar frutos. Cá entre nós: hoje, com os resultados e fatos colocados, está dificil pensar em um destino diferente do que se desenha na atualidade. Infelizmente. Tomara que mude.

(Elias Aredes Junior-com foto de Marcos Ribolli-Pontepress)