O significado do valor de um elenco de R$ 15 milhões no Guarani: como destruir com um time de futebol em 18 anos

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Relembre algo vivido com alegria. Pense no seu time do coração. Uma equipe local e que resolveu ser ousado. Desafiar os gigantes da capital. Mais: revelava jogadores talentosos, habilidosos e que atiçavam a cobiça dos concorrentes.

Uma equipe cujo zagueiro chamado Amaral disputou Copa do Mundo e atuou no Corinthians. Um esquadrão formado em 1978 e protagonista de um título brasileiro inédito. De 11 vitórias consecutivas. Recorde. Jogadores valorizados e responsáveis em proporcionar um salto de qualidade.

O detentor da camisa 10 foi para o futebol da Arábia e o dinheiro arrecadado permitiu a ampliação do estádio. Quem vestia a 8, um sujeito chamado Renato desembarcou no Morumbi e  disputou Copa do Mundo, assim como Antonio de Oliveira Filho. Apelido: careca. Vendido ao São Paulo e participante das Copas de 1986 e 1990.

Copa do México, aliás, responsável pela aparição de um zagueiro chamado Júlio César. Forte, vigoroso. Fez história no Brest, Juventus, Bórrussia Dortmund…Fila de conquistas. Outros desfilaram no gramado do Brinco de Ouro: Amoroso, Djalminha, Luizão, Robson Ponte, Jonas, Xandão, Danilo Silva. Todos esses atletas, de uma forma ou de outra, cravaram seu nome na história do Guarani Futebol Clube.

Proporcionaram a arrecadação de milhões. Dinheiro suficiente para transformar qualquer time médio em potência. Ou assegurar melhorias.

Nada disso. O Guarani está parado no tempo. No mínimo, desde 1999. Luta com dificuldades. Tem sua torcida como único patrimônio. O elenco? Bem, esse vale R$ 15 milhões. E seu principal jogador tem 39 anos. Ou seja, não gera interesse no mercado.  Um valor irrisório na loucura do futebol. Para termos  uma ideia: este é o valor devido ao Internacional ao volante e meia Anderson, recentemente transferido ao Coritiba e cujo contrato com o Colorado vai até 2019.

Ou seja, 28 jogadores esforçados e dedicados do Guarani têm o valor de contrato de um jogador desmotivado.

Prova cabal do estrago feito no Guarani. Que não será reconstruído em um passe de mágica.

(análise feita por Elias Aredes Junior)