O presidente da CBF, Rogério Caboclo, avisou para quem quisesse ouvir que a partir do dia 08 de agosto ocorrerá o retorno das Séries A , B e C do Campeonato Brasileiro.
Colocar o produto em evidência para justificar o investimento da televisão é a ordem do dia. Um desafio será colocado para o Guarani, que é de deixar as contas em dia até o final das 38 rodadas. Traduzindo: pagar o salário em dia.
O temor não é injustificado. Nos últimos anos, os atrasos salariais no Guarani viraram uma incômoda rotina e traziam consequências indesejáveis, como a queda de rendimento no gramado. Por enquanto, o Conselho de Administração veio a publico e confessou os atrasos e mostrou quando deixou as contas em dia.
Não podemos esquecer da intermediação da Justiça do Trabalho, que recebe o dinheiro e deposita na conta dos jogadores sempre na segunda quinzena do mês. Ou seja, se o mecanismo funcionar sem solavancos até fevereiro do ano que vem, já será um passo decisivo para uma boa campanha.
Só que a conjuntura mudou.
Para pior.
O especialista em finanças do esportes, Amir Sommogi, já detectou que os clubes da divisão de elite devem sofrer uma queda de 40% em suas receitas devido a pandemia e que as agremiações da segundona nacional devem sofrer ainda mais, porque não tem o lastro de torcida e de possibilidades de arrecadação. Lógico, estamos excluindo o Cruzeiro da conjuntura. Apesar da montanha de dividas, sua capacidade financeira é superior a qualquer integrante da Série B. Fato.
O que fazer? Algumas providencias foram adotadas pelo próprio executivo de futebol, Michel Alves, com a aquisição de atletas que não estão fora do padrão da competição, como os zagueiro Didi e Walber, o armador Artur Rezende e os atacantes Waguininho e Elias Carioca. O orçamento está longe de estourar e comprometer.
Só que é preciso ficar de olho. Vai largar na frente na Série B a equipe que oferecer boas condições de trabalho e deixar suas contas quites com o elenco. Espera-se que o Guarani não viva dias de pesadelo novamente.
(Elias Aredes Junior)