Palmeron Mendes, presidente do Guarani e campeão da Série A-2. Por que não é amado ou admirado?

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Sempre ouvi dizer que futebol tem uma solução para tudo: o gol. A bola entrou e heróis são escolhidos. A limitação aparece, os vilões são caçados. Pois é, verdades absolutas existem para serem quebradas. Exemplo: Guarani Futebol Clube.

O torcedor bugrino teria todos os motivos do mundo para encontrar-se sorrindo de orelha a orelha. Disputou a Série A-2 e faturou o título e encerrou um calvário de anos e anos.

Na Série B do Campeonato Brasileiro, os 54 pontos somados em caso de nova vitória contra o Londrina serão transformados na segunda melhor campanha em sua história. Só perde para os 69 pontos somados em 2009. O quadro não convence a torcida que, enfurecida, invade a reunião do Conselho Deliberativo e reclama sobre a discussão de temas inúteis. Todos estão cansados do individualismo e da vaidade reinantes. O resultado é desprezado. Por que?

É preciso entender que as características de um clube se constituem na extensão de uma cidade, do estado e país. E somos um povo que gostamos de personalidades fortes, criativas e destemidas no comando, sejam elas quais forem. Ou para serem amadas, admiradas ou temidas.

Lembre-se de Juvenal Juvêncio no São Paulo, Alexandre Kalil no Atlético Mineiro. No Guarani homens como Jaime Silva e Ricardo Chuffi. Todos tinham características em comum: pulso firme, conduziam processos internos com clareza e exalavam credibilidade. Você podia até discordar do pensamento do dirigente, mas respeitava.

É, é aquilo que você pensa. Infelizmente Palmeron Mendes Filho mostrou-se um desastre político na condução do Guarani. Eu me refiro a boa política, aquela que agrega, conversa, explica dificuldades, demonstra esperança, abre caminhos e agrega os  divergentes. O poder de convencimento e comunicação é fundamental.

Recorde e pense. Fatos que envolveram o presidente do Guarani não ocorreu a geração de um sentimento de esperança. Pelo contrário. Reinou a confusão. Pegue a questão da cogestão. Dois grupos na disputa, promessas de investimentos e suas explicações e ações conduziram muito mais a uma reprovação de ambas as propostas perante os torcedores do que na construção de um debate maduro daquilo que é melhor ao Guarani.

E Umberto Louzer? Técnico campeão e que sai a duas partidas do encerramento da Série B e de uma maneira que o descontentamento do profissional é latente.

Salário dos jogadores está em dia? Objetivos esportivos foram cumpridos? Tudo isso é verdade. Mas tais predicados podem escapar por entre os dedos se não servir de semente para a formatação de novas vitórias e conquistas. No atual Guarani, os frutos positivos terminam em si. Não há construção de legado.

Solução? Se Palmeron Mendes Filho costumeiramente  refere-se a família bugrina nas entrevistas. Então que tenha atitude de um pai atento e zeloso. Ou seja, aquele que incentiva, agrega, mostra disposição ao diálogo e que sabe corrigir sempre deixar o amor e a ternura esvair-se.

Na atual conjuntura, Palmeron tem tudo para ser um pai, mas aquele que ficará sozinho em uma grande casa porque todos os filhos resolveram sair porque o amor e o respeito foi perdido em algum lugar. O Guarani não merece.

(análise feita por Elias Aredes Junior)