O clima não é bom na Ponte Preta.
A pressão por resultados é insana.
Fábio Moreno vai amanhã para o dérbi 199 com a obrigação de vencer e convencer.
A torcida está impaciente, inconformada.
Anteriormente, o clássico era sinal de expectativa para o torcedor da Macaca. Hoje, o sentimento é de apreensão.
O torcedor apela ao místico, ao imponderável para que a bola mude seu destino.
O pontepretano sente-se desamparado. Conta com ele. Mais nada. Convive com um clube fechado, distante, sem conexão com o torcedor. Um departamento de futebol profissional que não dialoga com as arquibancadas.
Neste contexto, a pergunta: como explicar a tecla mute apertada pelo executivo de futebol, Alarcon Pacheco?
Não seria louco de acusa-lo de corpo mole. Nada disso. Um clube de futebol tem diversas tarefas e funções e estas são executadas no cotidiano. E muitas sob a responsabilidade do executivo de futebol.
No entanto, queira ou não, Alarcon hoje é o principal nome administrativo do futebol pontepretano. Não somente com contratações, definição de linha de trabalho, mas também como deveria ser porta voz. Ele deveria ser a pessoa encarregada de conversar com o torcedor e explicar ou fornecer esperança. Futebol não é apenas uma área tarefeira. Exige comunicação e capacidade de trabalhar com símbolos e carências. Percebam: Niltinho ficou internado, recuperou-se e o executivo em nenhum instante apareceu. Deveria. Era um caso urgente.
Um comandante de futebol comunicativo é uma demanda exigida pelo torcedor da Macaca. Márcio Della Volpe, Marco Antonio Eberlin…eles falavam e conversavam com o torcedor. Na hora boa ou ruim.
Ao não se comunicar com a opinião pública, Alarcon Pacheco, mesmo que não queira, indiretamente comete uma atitude equivocada, a de não se integrar ao clima e a demanda do principal clássico do interior paulista.
Ordens da diretoria? Filosofia de trabalho?
Seja qual for a alternativa para sua mudez não são medidas de bom tom.
A vibração do dérbi começa no gramado e é estendida para as arquibancadas virtuais e nos gabinetes. Ficar alheio ou deixar de viver intensamente internamente e no debate da opinião é pecado. Aviso deveria ser encaminhado ao dirigente pontepretano.
(Elias Aredes Junior)