Ponte Preta, disputas políticas e a responsabilidade de opinião nas redes sociais

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Não há duvida do sonho de qualquer torcedor pontepretano: ajudar o clube. De alguma forma. Se for em um grupo político melhor. Fazer. Construir. Criticar. Apontar os erros. Detectar aquilo que não está correto. Não com a meta de destruir mas com a meta de construir o clube.

Quando você ocupa um cargo diretivo, sua vida muda. Sua relação com o clube é outra. Até depois de sua saída. Sua palavra ganha peso, responsabilidade, lastro, capacidade de mudar a opinião pública.

Este é um dos objetivos do Conselho Deliberativo: fazer com que aqueles que prestaram serviços na diretoria executiva tenham o espaço devido para opinar, criticar e debater. Ou criar um grupo político que verbalize os anseios e canalize a insatisfação com os rumos da instituição. Por isso que o Grupo Tudo pela Ponte Nada da Ponte merece deferência. Entende o jogo institucional.

Apesar de criticas já ditas aqui de que o grupo não demonstra de maneira cabal um plano de governo para a Ponte Preta com começo, meio e fim. Sem ideia, é impossível gerar paixão. Se existe, precisa ser mais propagada. Mas isso é tema para outro artigo.

Reforço: Liberdade de expressão é sagrada. Em qualquer conjuntura. Não deve ser sofrer censura ou cerceamento. Mas quem detém o papel não pode e não deve abrir mão da responsabilidade.

Fiz esse preâmbulo para dizer o óbvio: quem já ocupou cargo eletivo dentro de rede social tem que reconhecer que sua palavra tem mais peso. Pode afetar ambientes, desestabilizar conjunturas. Mesmo que não queira.

Daqueles que estão fora da Ponte Preta, um nome merece uma análise pormenorizada: Giovanni Di Marzio. As redes sociais são sua tribuna. Está certo? Corretissimo. Mas é preciso por vezes saber o alcance da nossa palavra.

Dou exemplo. No dia 14 de agosto, ele postou a seguinte mensagem no Twitter: “Bons tempos quando tínhamos categoria de base”, foi seu comentário após a contratação de Ravanelli pelo Athletico-PR.

Um interlocutor mais atento poderia dizer em alto e bom que o conceito dele estava equivocado, porque se durante sua estadia na gestão pontepretana ele acompanhou de perto a revelação de talentos como Ravanelli, ele também viu a chiadeira detonada com o contrato feito entre Ponte Preta e contra-ataque. Sim, não era da alçada de Giovanni as categorias de base. Mas ele estava na gestão. Indiretamente, ele era responsável.

Di Marzio é um pontepretano legitimo. Ama o clube. Disso ninguém duvida. No entanto, por conhecer os bastidores, os meandros, as disputas políticas e os desencontros nos gabinetes, mais do que qualquer um ele sabe que um traque pode virar uma bomba no Majestoso.

Opinar sempre. Sem parar. De uma maneira propositiva e elegante. A Ponte Preta deve ficar acima de tudo .

(Elias Aredes Junior)