Ponte Preta e sua rotina de enxugar gelo. Até quando?

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Ao deparar com os números publicados neste SóDérbi sobre a avaliação de mercado do elenco da Ponte Preta em relação aos seus concorrentes no Campeonato Brasileiro, é inegável a sensação do clube encontrar-se em processo de enxugamento de gelo: quanto maior a entrada de recursos, mais distante a qualidade do time fica em relação aos elencos de porte médio.

Ao fazer a análise fria dos números não há saída senão a de montar o planejamento para avançar o máximo possível no Paulistão, Copa do Brasil e Sul-Americana e conseguir a manutenção no torneio de pontos corridos. Participar e sobreviver.

O plano esbarra na intenção das arquibancadas. O torcedor pontepretano quer um título. Não se conforma do titulo da Sul-Americana de 2013 e da Série B de 2014 ter escapado por entre os dedos. Quer mais. Deseja voar alto. Fica a pergunta: o que fazer? Como sair da cilada? De que forma arrecadar recursos vultosos para contratar jogadores de qualidade e  formar times competitivos?

O quadro é delicado porque os concorrentes tem mercado mais abrangente para incrementar consumo nos seus torcedores e automaticamente gerar recursos. De acordo com a pesquisa divulgada pelo Lance e pelo Ibope em 2014, o Bahia, por exemplo tem 3,4 milhões de torcedores e o Vitória conta com 2,6 milhões. O Atlético-PR, mesmo com a presença de 1,5 milhão de corinthianos no Paraná tem 2,2 milhões de adeptos. Apesar do crescimento da torcida pontepretana, é inegável maior presença corinthiana na região metropolitana, com 20% da preferência.

Não há saída: é preciso fazer adotar medidas para colher frutos. O passo inicial é definir de uma vez por todas se o caminho é o do programa de Sócio Torcedor ou abraçar a tese de ingressos baratos. Se o segundo caminho for escolhido, os esforços devem ser direcionados para incremento da categoria de base na revelação de atletas de ponta. Se a trilha for do Sócio Torcedor, a meta tem que ser aumentar a base de sócios. Chegar a 20 mil ou 30 mil participantes adimplentes e com isso criar as condições de incremento da Folha de Pagamento e a melhoria de valor de mercado da equipe.

Outra medida salutar por parte da direção seria a de jogar claramente com a torcida sobre os objetivos. Sim, porque se a ambição é participar dos campeonatos e contar com o acaso para disputar decisões e títulos, o planejamento e investimento é um; se a trilha desejada for investir dentro do limite orçamentário para sempre chegar nas melhores posições possíveis, a expectativa criada será outra.

O que não dá é o atual cenário em que a Ponte Preta fica no meio do caminho e frustra seu torcedor ano após ano. Não dá mais para enxugar gelo. E nem vender ilusão. O ranking divulgado demonstrou a necessidade de adotar um rumo.

(análise feita por Elias Aredes Junior)