Ponte Preta, três volantes no Brasileirão e nada mais

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A Ponte Preta fez duas boas contratações. Os volantes Wendel e Maycon vão acrescentar a um setor debilitado em virtude do processo de recuperação de Elton e a lesão de Renê Junior no joelho direito e que lhe forçará a passar por uma artroscopia.

A tentativa é deixar os dois jogadores aptos para atuarem o mais rápido possível. Wendel já deverá ficar à disposição no confronto diante do Santos, sábado, ás 18h30, no Estádio da Vila Belmiro. Como João Vittor está suspenso, a urgência é encontrar um parceiro para Matheus Jesus, o único disponível. Em um mundo ideal, no entanto, que ninguém se iluda: o técnico da Macaca jogaria com três volantes.

Espere. Pare. Pense. Não seria ideal escalar a equipe com dois? Por que a fissura em querer viabilizar a regularização dos volantes? Como as entrevistas coletivas do bom e competente técnico Eduardo Baptista são como uma peça de biquini (mostram muita coisa e escondem o essencial e não por culpa dos repórteres) é preciso fazer um exercício de análise. A conclusão é óbvia: o time está dependente de marcação mais forte.

As goleadas para Cruzeiro (4 a 0) e Atlético Mineiro (3 a 0) deixaram traumas. A Macaca atuou nestes 180 minutos com três meias e o clássico atacante de referência. Esboçou um ataque aqui e outro ali, mas no final foi castigada. Na excursão nordestina contra Vitória (BA) e Santa Cruz, o trio de volantes formado por João Vitor, Renê Junior e Matheus Jesus proporcionou a conquista de quatro pontos e a tranquilidade necessária para a dupla de zaga, que independente de nomes sempre conta com integrantes sem a velocidade adequada e sem o poder de recuperação ambicionado.

Na Copa do Brasil, com a retirada repentina de Renê Júnior, a missão de marcação no meio-campo sobrou para João Vitor e Mateus Jesus. Deu “tilt”  no segundo tempo. A zaga ficou exposta e o gol catarinense não surgiu graças a ineficiência de Rafael Moura e seus companheiros.

Um exercício de reeducação terá que ser aprendido pela torcida da Ponte Preta. Quando os três volantes estiverem à disposição, existirá consistência defensiva, mas o contra ataque será arma para se chegar as vitórias dentro e fora de casa, seja pela força de William Pottker pelos lados do campo ou a explosão de Reinaldo na lateral-esquerda.

Meio de campo ousado, criativo e virtuoso? Esqueça. Arte virou artigo de luxo na Macaca. O que interessa é a busca de vitórias. Errado? Equívoco? Nada disso. Apenas reconhecimento de que existem virtudes e defeitos no elenco e é preciso trabalhar com base na realidade.

(análise feita por Elias Aredes Junior)