Posicionamento do Portal Só Dérbi sobre o presidente do Guarani, Ricardo Moisés. Por Elias Aredes Junior

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O portal Só Derbi deve satisfação ao torcedor. Não presta contas aos dirigentes, jogadores ou treinadores. Somente ao torcedor. É ele quem sofre e tira comida da própria boca para acompanhar o seu time. E é por isso que nestes anos todos este portal publicou matérias críticas e que mostrassem os diversos lados da questão. É preciso desvendar as entranhas e os motivos que levaram clubes como o Guarani a beira da extinção.

No início da noite desta quinta-feira, este portal averiguou que ocorreu uma fato polêmico na live do Guarani, ocorrida na quarta-feira. E vamos ao Be a Ba: notícia é aquilo que foge ao convencional. Ponto.

Um grupo de torcedores (oposicionistas a atual administração) quis encaminhar uma doação de alimentos e não houve resposta durante a transmissão. E decidiram encaminhar a doação para a ONG Bugrinas em Ação. Pois bem. Como manda o jornalismo correto não tive dúvidas: enviei uma mensagem ao presidente Ricardo Moisés para averiguar a veracidade do fato.

Pois bem: o pedido foi feito as 18h59 e a resposta veio às 23h58. E da pior forma possível. Em tom ríspido, o dirigente questionou a linha editorial do portal e quase que exigiu a repetição daquilo que foi feito por outros portais. Que respeitamos. Mas o Só Dérbi tem sua linha de trabalho e é conhecida desde janeiro de 2016.

Não foi a primeira vez. Em diversas reportagens, sejam positivas ou negativas, o presidente do Guarani busca postergar respostas ou ignorar pedidos de esclarecimentos deste portal. Um claro comportamento de quem deseja atrapalhar o fluxo de informações. E de alguém que não tem apreço pelo trabalho da imprensa. Só tem carinho se for a favor. Um total desconhecimento do que é a imprensa livre e democrática. Um dirigente que infelizmente busca desacreditar os profissionais que se esmeram dia após dia para apresentar um trabalho aos torcedores de Ponte Preta e Guarani. O Só Dérbi não é a única vitima deste expediente. Infelizmente.

Este jornalista deixa claro: o Guarani não tem dirigentes decentes e competentes tanto para a área administrativa como para o futebol há 40 anos. Se Ricardo Chuffi entrou para a história foi porque teve capacidade de ser exitoso nos dois pólos.

Por ser uma pessoa forjada nas arquibancadas, nunca quis sentir o aroma dos gabinetes. Paguei o preço. Quase todos os presidentes bugrinos que acompanho ininterruptamente desde 2008 jamais foram capazes de entender o papel do jornalismo. Querem elogios. As 24 horas do dia.  Por incrível que pareça, a exceção foi Álvaro Negrão, que cometeu toneladas de erros, deixou o clube em quadro deplorável, mas nunca, jamais procurou qualquer profissional de imprensa para exigir que se adotasse uma linha editorial mais branda.

O caso extremo foi com Horley Senna, que, ao invés de entender uma matéria sobre o leilão do Guarani na Justiça Federal preferiu proibir o meu acesso ao Brinco de Ouro por 12 meses. Senna hoje é oposição da atual administração. Sinal de que a incompreensão do que é democracia, liberdade de expressão e livre circulação de ideias não é privilegio apenas e tão somente do atual grupo político que está no poder.

Será que os atuais dirigentes e os ex-presidentes têm razão em pedir para amaciar a cobertura? Vejamos: o Guarani não disputa a divisão principal do futebol brasileiro desde 2010; entregou seu estádio para um empresário para pagar dívidas trabalhistas; não tem jogadores convocados para a Seleção Brasileira há anos e anos; disputou a terceira divisão nacional por quatro temporadas seguidas; tem suas finanças controladas diretamente ou indiretamente pela Justiça do Trabalho.

Pergunto: isso é sinal de competência? Comemorar o que? Celebrar o que?Se hoje o clube encontra-se em águas calmas no Campeonato Paulista e se escapou da Série B, o mérito é do técnico Thiago Carpini, que soube fazer um trabalho de excelência no meio do caos e teve o auxilio precioso de pessoas como Michel Alves e Sérgio do Prado. Se existiu algum mérito na atual diretoria é que não atrapalhou.

O presidente afirmou que não atenderá mais ao Só Dérbi. Não tem problema. Continuaremos com análise de jogos, notícias e cobertura do dia a dia como sempre fizemos em relação ao Guarani. Mesmo que ele não responda, vamos enviar questões quando as matérias exigirem que isso seja feito.

Se grupos políticos do Guarani têm a ambição de cercearem ou controlarem o trabalho da imprensa, eu sinto dizer: aqui no Só Dérbi não encontrarão espaço. E como diria o genial Millor Fernandes: “Imprensa é oposição. O que passar disso é armazém de secos e molhados”.

(Elias Aredes Junior- responsável editorial pelo Só Dérbi)