A melhor noticia deste final de ano no Guarani não é a renovação de contrato do volante Ricardinho e nem a chegada de Osmar Loss. Ou um possível novo controlador para o departamento de futebol profissional. O tremor que abala os alicerces vem das arquibancadas, com o protesto convocado por torcedores bugrinos no dia 12 de dezembro na frente do estádio Brinco de Ouro e cuja pauta principal é a gestão de Palmeron Mendes Filho.
A manifestação deve ser celebrada porque é um sinal de reação da torcida bugrina. Desde a chegada de Horley Senna ao poder e de seu grupo político, o Alviverde vive um período de letargia política, com o afastamento de quadros importantes e o esvaziamento do quadro de sócios.
O debate esfriou e o contraponto ficou quase que nas mãos da imprensa. E muitas vezes falhamos por cairmos no velho vício de achar que notícias desagradáveis podem “estragar” o clima. Nada mais estúpido. E caímos na estupidez.
Quem comparecer, mesmo que não seja sócio do clube vai colaborar para transmitir o seguinte recado aos integrantes do Conselho de Administração: estamos alertas e vamos cobrar melhorias.
O protesto pode ser útil a Palmeron e aos integrantes do Conselho de Administração. Com uma postura acima do bem e do mal e com atitudes que mais desagregam do que proporcionam solidariedade, inconscientemente eles colaboram para o atual estado político. Está na hora de conversar, agregar e ouvir o que os oposicionistas tem a dizer.
Também pode ser uma chance para o surgimento de um novo grupo político. Não só com a função de criticar e apontar erros, mas de propor novos caminhos ao Guarani. E formar quadros em médio e longo prazo. Hoje, internamente, o Guarani quase não tem oposição porque o Garra Guarani quase não existe mais e o Renova Guarani, que tem quadros valorosos sob o ponto de vista intelectual e de ação política, passa a impressão de que está a reboque das ações de Palmeron e de seu grupo político.
Posso estar errado? Posso. Mas pelo potencial apresentado pelos componentes do grupo, esperava-se mais e melhor. Afinal, cobra-se apenas de quem tem algo.
No final das contas, o protesto, os vídeos que rolam na internet contra Palmeron e sua administração e as respectivas palavras de ordem vão servir para sacudir um clube centenário, de imensa torcida, com lampejos de reação no gramado mas que percorre uma letargia capaz de estragar em médio e longo prazo tudo o que foi feito. Democracia sem protesto, agitação e discussão não traz mudanças. É disso que o Guarani precisa. Urgente.
(análise feita por Elias Aredes Junior)