Richarlyson é novo reforço do Guarani. Volante, lateral-esquerdo e até meia armador, o atleta tem múltiplas funções. Será arma preciosa para o técnico Oswaldo Alvarez na construção de boa campanha na Série B do Campeonato Brasileiro.
De perfil determinado, com boa pegada de marcação e com títulos no currículos é o típico jogador talhado para uma competição de 38 rodadas. Coincidência ou não, enquanto esteve no São Paulo Muricy Ramalho foi fiador de sua presença, assim como Zico no futebol indiano.
Para o sucesso do jogador, filho do ex-atacante Lela no estádio Brinco de Ouro da Princesa, Richalyson precisará de um aliado: o torcedor. Não para colocá-lo não só como ídolo, mas para colocar-se na linha de frente pela defesa do jogador.
Richarlyson é vitima de preconceito. Algo formatado em cima de boatos, especulações e notícias maledicentes. Fatos que transformaram a vida do atleta em um inferno e que muitas vezes certamente lhe fechou as portas.
Na semana passada, o torcedor do Guarani deu uma resposta inicial por intermédio de enquete realizada pela rádio Central. Praticamente todos aprovaram sem ressalvas a contratação.
Um que lembrou um detalhe incômodo: ao vivo e a cores todos mostram-se solidários e bonzinhos, mas basta um teclado de computador para que comportamentos nada nobres como racismo, homofobia, machismo e posturas deploráveis sejam jogadas sem pudor.
Claro, Richarlyson não precisa de ninguém para lhe defender. Só que o destino ofereceu a torcida do Guarani uma chance para comprovar sua maturidade, espírito cidadão e empatia. Uma chance para os torcedores exigirem dos adversários que tratem Richarlyson da maneira que ele merece: de modo digno e como um atleta profissional de futebol. O que passar disso é abrir a porta ao preconceito e discriminação. De qualquer ordem. E será um autêntico gol contra.
(análise feita por Elias Aredes Junior)