Roberto Fonseca, Louzer, Vadão, Chamusca…Para uma parte da torcida do Guarani ninguém presta. Assim fica dificil

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Neste artigo, eu vou me colocar no lugar de treinador do Guarani. Vou mais longe: simularei pensamentos de gente que fez trabalho decente no Brinco de Ouro nos últimos anos. Entenda: cada tem uma função. No mundo do futebol, o jornalista, o cronista esportivo tem a tarefa de analisar, criticar e fiscalizar o poder. E o torcedor? Acompanhar a equipe, incentivar e criar um clima positivo.

As tarefas de jornalista e torcedor são conflitantes? Concordo. Mas é desse embate que cria-se o clima adequado para as vitórias e o crescimento. Quando o jornalista quer fazer o papel do torcedor, a sua cobertura fica pelega e com grande dose de vaselina. Quando o torcedor considera que deve encampar a postura critica a qualquer preço tudo vira de ponta a cabeça.

Na torcida do Guarani temos dois grupos: um totalmente alienado e outro com espírito critico exacerbado. Este segundo grupo deveria parar para refletir. Afinal de contas, nada está bom. Mesmo quando está bom. Marcelo Chamusca subiu na Série C de 2016 e foi contestado do começo ao fim. Nunca teve paz. Nem quando subiu diante do Asa de Arapiraca ou quando inverteu um quadro dramático contra o ABC.

Você pode contra argumentar: você também não vê nada de bom. Ok, só existe uma diferença. No exercício da minha profissão, o espírito critico é ferramenta de trabalho. “Jornalismo é oposição, o que passar disso é armazém de secos e molhados”, diria o genial Millor Fernandes. A tarefa do jornalista é uma. Do torcedor é outra.

E Umberto Louzer? Assumiu em uma roubada após a saída de Fernando Diniz e levou a equipe a conquista da Série A-2 do Campeonato Paulista. Na Série B, jamais flertou com o rebaixamento e chegou a sonhar com o acesso. Recebeu como troco criticas ferozes nas redes sociais e uma perseguição pessoal que chegou as raias da loucura.

Hoje disputa o acesso com o Coritiba. O time paranaense é melhor que o Guarani do ano passado? Sim. No entanto, isso não tira o mérito de Louzer e de sua comissão técnica em relação ao que fez em 2018.

E Roberto Fonseca? Entregaram ao técnico um time fraco, limitado e sem imaginação. Sem opções de banco. Que luta contra o rebaixamento. E que estava com lado psicológico ruim. Pois com esse material humano escasso em talento obteve um ponto contra o Sport e vitória contra Bragantino.

E depois em instantes de delírio, muitos acharam que ele deveria montar um time ofensivo no dérbi marcado para a casa do oponente. Como? Com esse material humano? Ah, mas ele escalou errado…Esse é outro departamento. Podemos ter nossas opiniões mas respeitar sempre o treinador que acompanha o dia a dia. Ele tem os instrumentos para tomar as decisões.

O Guarani corre sério risco de cair. O torcedor deve acompanhar, criticar quando for o caso e apontar caminhos. Mas não pode deixar de torcer e principalmente criar um clima positivo durante os jogos. Sem isso, não há treinador que dê jeito. Nem Guardiola.

(Elias Aredes Junior)