Roberto Graziano divulga detalhes da proposta de cogestão ao Guarani

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O empresário Roberto Graziano, proprietário do Grupo Magnum, um dos candidatos a assumir o projeto de cogestão do futebol profissional do Guarani ao lado da ASA Alumínios, concedeu entrevista à Rádio Bandeirantes de Campinas para explicar os detalhes de sua proposta ao Bugre.

PROPOSTA:

– O contrato é de cinco anos e, dependendo da performance em campo, pode ser estendido. O nosso vínculo não fala em lucro. O Guarani terá receita fixa independente de resultados. Tudo que entrar de patrocínios e cotas de televisão, 10% vai a um fundo para ser usado de qualquer forma. Assim, os 90% restantes seriam usados apenas quando sobrar dinheiro.

VETO NAS CONTRATAÇÕES:

– O Departamento de Futebol será formado por um voto da Magnum, um da cogestão e um do próprio Guarani. O intuito é fazer as coisas juntos e ter um bom senso entre os três.

FOLHA SALARIAL E APORTE EXTRA PARA DÍVIDAS:

– A folha será proporcional à recita para formar bom time. Acredito que o time precisaria de alguns reforços, a folha seria maior do que as receitas, mas o necessário para construir um time competitivo. Nesse momento, qualquer investimento seria válido. Os pagamentos de dívidas trabalhistas exigem um percentual das receitas e a Dr. Ana Cláudia Viana Torres tira do Guarani. Acho que isso continuaria dessa forma. Se a receita for aumentada, o valor também aumenta.

As ações trabalhistas não têm relação com o Brinco de Ouro. Isso é do Guarani e com essa cogestão queremos aumentar as receitas para fazer o pagamento.

LUCIANO DIAS:

– O time terminou o primeiro turno em quinto. O trabalho feito pela comissão é muito bom. Caberia reforços, mas a nossa ideia não é mudar nem Luciano Dias, tampouco nenhum membro da comissão técnica.

CLUBE SOCIAL E FUNCIONÁRIOS:

– Na nossa proposta, o clube é 100% da gestão do Guarani. Os funcionários seriam ajudados a serem pagos por nós além dos 10%. A parte de clube não será nossa gestão. O acordo é que a gente estaria pagando o salário dos funcionários e isso não faz sentido para mim. Quem está no futebol pode ter certa preocupação, mas quem tomará decisão sobre o clube tem de ser o presidente.

NOVOS REFORÇOS:

– Todos os times estão se reforçando e o Guarani não pode deixar de ser assim também. Iríamos em busca de quatro ou cinco reforços de bom nível, com jogadores do mercado nacional e internacional.

PROJETO PARA BASE:

– É o nosso grande trabalho. Os times profissionais mais gastam do que arrecadam e a única esperança é a base. O nosso maior esforço é a base com grande empenho no sub 15, 17 e 20 e profissional.

FISCALIZAÇÃO:

– Temos que deixar tudo transparente para entenderem e visualizarem o que acontece no dia a dia.

CLÁUSULA DE RESCISÃO:

– Financeiramente falando, o rebaixamento prejudica o parceiro e a grande penalidade é manter o mesmo nível de jogadores em torno de 10 a 12 milhões de reais. Existe um bônus se subir para um aumento de mais cinco anos de contrato e, em caso de queda, colocaríamos o dinheiro que faltaria ao clube.

DIREITOS ECONÔMICOS:

– O atleta será sempre do Guarani. Teríamos nosso percentual se sobrar dinheiro e continuaremos trabalhando. O clube fica sempre com 10%, o restante será usado para dívidas. Se sobrar dinheiro, fica com a gente. Temos que pagar primeiro todas as contas, sem nenhuma dívida trabalhista e tributária.

VOTAÇÃO EM DEZEMBRO:

Muito difícil trabalhar junto com o Nenê Zini. Se colocar jogador que tem interesse ao Guarani seria bom, mas trabalhar junto não é minha escolha. Na verdade, essa parte da cogestão foi chamada pelo Conselho de Administração por cauda das dificuldades financeiras e não precisar de dinheiro para terminar o campeonato.

CT E ARENA:

– Nós ganhamos a causa em 40 dias. O VGV é só após fazer o imóvel e o estádio. Isso vai começar a acontecer daqui para frente, mas vamos decidir isso em conjunto com o Guarani e fazer isso passo a passo. Precisamos da aprovação da Prefeitura. Há alguns lugares próximos a rodovias, algo para também abrigar shows e de preferência colocar o CT em conjunto.

ARENA MAIOR?

– Com certeza pode ser maior. Tivemos até uma consulta com W Torre para eles também administrarem. Isso tem muita possibilidade, mas envolve muitas coisas no meio para conseguirmos fazer uma arena mais apropriada para um novo momento do Guarani. Se o clube tiver uma arena que o torcedor tiver orgulho, vai trazer mais gente e ajudar o time a ser melhor.

É lógico que, após o arremate, aconteceram algumas coisas. Nesse caminho muita gente do mal esteve presente. Teve um momento que eu decidi ficar e, se tivesse saído, o Guarani não estaria mais aqui hoje.

LUCRO:

– O imobiliário mudou muito. Hoje tivemos dificuldade de encontrar uma construtora que faça o imobiliário como um todo. Dificilmente teremos um retorno pensado até três anos atrás. No Brinco de Ouro, teremos um shopping, torres residenciais e um empreendimento com vários imóveis.

QUEDA DE BRAÇO COM HORLEY:

– Acho que existem duas formas de encara a vida e ele quer fazer o Guarani seu próprio negócio. O futebol é uma paixão e custou mais caro que imaginávamos. Se eu colher honestidade, vou comer isso lá na frente. Se entrarmos com uma política diferente, vamos ter várias empresas nos acompanhando porque teremos uma gestão séria.

MARCELO CHAMUSCA E RODRIGO PASTANA:

– Eu acho que eles tiveram uma passagem importante. O Guarani estava na Série C, com vários jogadores sem querer vir. Sempre estão no nosso coração, mas nesse momento acho que a volta não cabe a nenhum dos dois. O trabalho do técnico Louzer está me surpreendendo. Ele conseguiu manter um nível e tem todo o crédito e confiança para continuar. Temos muitas opções no mercado, e o Marcelo Chamusca é uma que conhecemos.

Confira aqui a proposta da concorrência, cujo pool é encabeçado pelo empresário Nenê Zini.

(texto e reportagem: Lucas Rossafa e Eduardo Martins)