Digamos que você precise ir ao médico. O diagnóstico é feito, a receita é encaminhada e como paciente a sua reação imediata é pedir esclarecimento sobre as benfeitorias da medicação. O homem de jaleco branco ficaria em silêncio e encerraria a consulta.
Você aprovaria o comportamento?
E se ao fechar o negócio em uma concessionária de carro usado, o vendedor só lhe entregasse a chave e não desse nenhuma informação sobre sua aquisição? Ficaria numa boa?
Lembrei tais situações ao ler neste sábado a excelente reportagem de Heitor Esmeriz, no Globo Esporte.com sobre a permanência de Fábio Moreno e que você pode conferir aqui.
Todos os motivos estão lá. Apuração preciosa do repórter. Espere um instante. Tais argumentos deveriam ser feitos, apresentados e discutidos pela opinião pública pelo presidente Sebastião Arcanjo. Se ele acha correto, porque não fala em alto e bom som? Ninguém entende.
Se as ideias são tão boas porque não explicita de modo claro? Pior: nenhum protesto ou chiadeira do Conselho Deliberativo. Nada vezes nada.
A Ponte Preta teve 270 minutos de horror contra São Caetano, Internacional de Limeira e Mirassol.
Óbvio que a credibilidade da comissão técnica com a torcida foi abalada. E é evidente que neste momento o escudo deveria surgir. Não somente para defender Fábio Moreno, mas para justificar que a sua permanência, defender o projeto da instituição e carimbar de que algo melhor pode ser assegurado. Alguns podem alegar que Tiaozinho deu uma entrevista coletiva há poucos dias. Sinto dizer: perdeu a validade. Os fatos atropelam.
Torcida e imprensa brincam de “bidu” para saber o que pensa o mandatário. E todos ficam na torcida para que o destino ofereça um novo rumo.
Deixar a comissão técnica ao relento, pronta para ser massacrada pela opinião pública é um tiro no pé. Afinal, quem poderá garantir que um substituto poderá conduzir o processo de transformação de modo eficiente? Mesmo que seja combinado.
Sem defesa explicita e vigorosa de Fábio Moreno na opinião pública nós já sabemos o final do filme. E que foi vivido por Brigatti, Gilson Kleina, Marcelo Chamusca, entre outros nomes. E o epílogo não foi nada agradável.
(Elias Aredes Junior)