Um rebaixamento é a junção de vários erros. O abecedário pode explicar os motivos que levaram o Guarani de volta a Série C. Confira:
Alucinação- Depois de uma reta final decepcionante de temporada em 2023, os dirigentes bugrinos concederam entrevista coletiva no início de 2024 e disseram que era obrigação ficar entre os oito classificados do Campeonato Paulista e acima dos 45 pontos na Série B. Deu tudo errado.
Bragantino- Que escalou o terceiro time e evitou o rebaixamento bugrino no Paulistão. Mas a vitória transmitiu a sensação de que algo diferente e de positivo ocorreria na Série B. Não rolou.
Claudinei Oliveira- Saiu com sete jogos. Fez dois jogos na Série B e não somou nenhum ponto. Ali começou o desastre.
Douglas Bacelar- Zagueiro limitado, sem recursos técnicos e que infelizmente falhou em jogos cruciais. Um retrato dos defensores bugrinos.
Executivos de Futebol–Toninho Cecílio e Rodrigo Pastana foram contratados em instantes diversos para resolverem os erros de planejamento sedimentados no primeiro semestre pelo trio formado por André Marconatto, Juliano Camargo e Ricardo Moisés. Não conseguiram.
Falhas- Foram muitas. Diversas. Em todo o jogo, o Guarani via seus jogadores errarem e até entregarem gols de bandeja. Foi fundamental para trilhar o caminho da queda.
Gols- Em 38 jogos, apenas no confronto diante da Chapecoense fora de casa o Guarani marcou mais de dois gols, quando venceu por 4 a 0. Registre-se o empate por 3 a 3 com o Ituano. Em contrapartida, foi goleado pelo Santos por 4 a 1 e do Sport por 4 a 0. Tomou três gols nos confrontos diante de Mirassol ( 3 a 0), Avaí (3 a 2), Ceará (3 a 1),América Mineiro (3 a 0), Goias (3 a 2) e Botafogo (3 a 2). Ou seja, a defesa foi uma peneira.
Heitor- Ele foi emprestado junto ao Internacional (RS) como esperança. Atuou na lateral e no meio-campo. Não resolveu.
Incompetência- Foi a palavra mais associada aos componentes do Conselho de Administração, que colheram um rebaixamento após 11 anos.A campanha colocou por terra a alardeada competência para administrar o clube.
Juliano Camargo- Fez o alicerce para o planejamento do ano inteiro. Contratou jogadores limitados já no Campeonato Paulista e foi demitido ainda na competição regional. Mas a herança ficou.
Luan Dias- Um camisa 10 que poderia brilhar. Isso ocorreu em poucos jogos. Ficou com a pecha de atleta de bom rendimento no Água Santa. Apenas lá.
Marlon e Marlon Maranhão- Produção pífia. Nunca fizeram a diferença quando foram acionados.
Negacionismo- O significado da palavra é uma pessoa que se recusa a aceitar a existência, validade ou verdade de algo, como fatos científicos ou eventos históricos. No Guarani, integrantes do Conselho de Administração se negaram a aceitar de que algo não vinha bem desde a segunda metade da Série B de 2023. Tentaram vender o paraíso ao torcedor.
Ostracismo- É aquilo que deve evitar o goleiro Wladimir, que colhe o seu segundo rebaixamento em menos de dois anos. Sinal de alerta ligado.
Pintado- Seis jogos. Saldo de três empates e três derrotas. Aproveitamento de 16,7%. É um dos protagonistas do desastre. Menção honrosa para Pegorari, que apesar do sincerídio, falhou em alguns jogos.
Quase- Dois jogos o Guarani esteve com a vitória na mão e colheu derrotas inacreditáveis. A primeira foi contra o Goiás, no Brinco de Ouro, quando perdeu no último lance por 3 a 2. No segundo turno, nova virada sofrida diante do Botafogo -SP e pelo mesmo placar. Condição emocional péssima.
Ricardo Moisés- Todos os acontecimentos no Guarani giraram em torno do seu nome. Saiu da presidência e foi nomeado CEO. E, de acordo com informações de bastidores, continuou a opinar no futebol profissional. Sem sucesso.
Técnicos- Junior Rocha teve um empate, uma vitória e cinco derrotas. Aproveitamento de 19%. Allan Aaal construiu uma campanha de razoável para ruim. Seria suficiente se a campanha tivesse sido repetida no turno inicial.
Unidade- Requisito ausente na vida política do clube. A oposição está virtualmente excluída do debate e o número de associados está longe dos anos 1990.
Vitórias- Foram apenas oito triunfos em 38 rodadas, o que equivalente a 21% do total. Explica muita coisa.
Xerife- Matheus Salustiano tentou exercer o papel de xerife e comandante da equipe. Infelizmente, colaborou mais com seus erros individuais.
Zangada (com razão)- Está a torcida do Guarani. Foram 12 meses de erros, vacilos e derrotas amargas. Técnicos e jogadores passam. Dirigentes. Quem vai pagar a conta da Série C é a torcida. Que não tem culpa de nada. Que 2025 a ineficiência seja colocada no passado.
(Elias Aredes Junior-com foto de Raphael Silvestre-Guarani F.C)