Vitória do Guarani e a constatação: sem reforços de qualidade não há como sonhar grande

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Logo de cara devemos dizer o básico: o Guarani mereceu vencer o Vitória por 2 a 0, alcançar os 19 pontos e figurar na primeira página da classificação, na nona posição. Atuou bem. Ponto. Umberto Louzer aproveitou o período de treinamento e fez mudanças. E um aviso: não existe jeito certo ou errado de montar uma equipe. Existe ponto de vista. A produção no gramado e os frutos determinam se as suas ideias estão adequadas para o momento. Treinador encara um vestibular rodada a rodada.

Com Bruno Pivetti, o Guarani era uma equipe focada em girar a bola e em buscar a aproximação. Contava com os talentos para decidir os jogos. Louzer seguiu por um caminho diferente. Apostou em jogadores que estavam em plena forma física. Gente com tanque cheio para desempenhar as funções. E colocá-los para evitar um desgaste físico que levasse a abertura de brechas.

Veio um futebol direto, vertical, com velocidade. João Victor e Bruninho ficaram espetados pelos lados enquanto que Isaque tratava de carregar a bola e armar as jogadas.

Caiu de rendimento físico no segundo tempo? Longe da ênfase negativa das rodadas anteriores, mas caiu. Só que existiu uma diferença. Primeiro a compactação entre os setores. Além disso, os jogadores não esperam o avanço do oponente para marcar e sim procuram a “atacar” a bola.

Enquanto isso, personagens como Régis e Bruno Mendes tiveram a missão de incrementar técnica e habilidade na reta final. Detalhe: o camisa 78 esteve mais como um segundo atacante do que armador. Ou seja, Louzer já quer impor a sua marca.

Agora, não imagine que tal atuação viabilize um escudo produzido pela nova Comissão Técnica e que proteja os dirigentes bugrinos. Aqui, tal estratégia não terá vez.

Todo e qualquer bugrino hoje em êxtase pela vitória já pensa em voos maiores. Normal. Especialmente para uma torcida que não disputa a divisão de elite há 13 anos. Só que para isso virar realidade, não há como fugir : o Guarani precisa de reforços. Urgente. Não com a intenção de incrementar o time titular mas para melhorar as opções do banco de reservas. Que ninguém se iluda. A conjuntura que o Guarani vai encarar diante do Mirassol é diferente que levou ao triunfo contra o rubro negro baiano. Assim como as armadilhas contra o Botafogo serão desconexas das rodadas anteriores. Para superar todos estes dissabores é preciso contar com um elenco com atletas de caracteristicas diferentes.

Quem pode viabilizar ? O CEO Ricardo Moisés, que cuida da parte administrativa, o presidente do Conselho de Administração, André Marconatto e o Superintendente Executivo de Futebol, Lucas Drubscky. Não adianta daqui algumas rodadas culpar Umberto Louzer pela queda de produção da equipe. É apenas terceirizar a culpa pelo fracasso. Sim, porque se hoje o Guarani não briga entre os ponteiros pode acreditar: os responsáveis estão sentados nos gabinetes do prédio administrativo do clube. O que esperamos é que o quadro mude. Para o bem da torcida do Guarani.

(Elias Aredes Junior-Foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)