Qual o personagem ideal para a Ponte Preta: Superman, Batman ou Coringa?

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Vivemos em tumulto. O Fla-Flu encontra-se em todo o canto. Ou você está de um lado. Ou de outro. Não há ponderação. Clima de vingança. Violência salta pelos poros. Verbal, física ou virtual. Clubes de futebol não fogem à regra. A Ponte Preta encontra-se no bolo. A análise serena e ponderada foi trocada por um clima de guerra que não leva a lugar nenhum.

Frases e conceitos são entendidas de maneira incorreta. Querem um exemplo? Quando cito Sérgio Carnielli, existem duas avaliações. Ou é santo ou demônio. Ninguém leva em consideração de que é um ser humano como qualquer outro. Com virtudes, defeitos, contradições, vitórias, derrotas, parceiros e inimigos. Isso não é com ele, mas com todos os dirigentes da Ponte Preta e com torcedores, comigo, com você, com todos.

Quem englobasse tal análise veria que a atual Ponte Preta, comandada pelo mesmo grupo político há quase 20 anos tem qualidades. Tirou o clube do processo de falência, reconstruiu sua estrutura, montou times competitivos e viabilizou campanhas inesquecíveis, como a Copa do Brasil de 2001, o Paulistão de 2008, as Séries B de 2011 e 2014, a final da Copa Sul-Americana e projeção de inúmeros jogadores ao cenário nacional. Isso é um patrimônio da atual direção. Ninguém pode negar ou apagar.

Como também existem méritos no sétimo lugar no Brasileirão, apesar da diferença de valores. Pense que a Macaca recebe aproximadamente R$ 25 milhões e Flamengo e Corinthians embolsam juntos R$ 340 milhões. É covardia. Desproporcional. Em todos os sentidos. Por isso, a campanha deve ser valorizada sim. Como já foi valorizada em diversas postagens deste Só Dérbi, seja em notícias e análises. Cansamos de enaltecer as virtudes de Felipe Azevedo, os gols de William Pottker, as atuações seguras de João Carlos, a segurança inesperada de Fábio Ferreira, a visão de jogo de João Vittor ou a dedicação e entrega de Roger. São acertos e que nenhuma pessoa honesta pode apagar.

Só que não falamos de Deuses. Nem de pessoas perfeitas. Falamos de gente que acerta e errada. Saldo positivo não traduz automaticamente a inexistência de equívocos. Não vou gastar linhas descrevendo-os. Está bem resumido no artigo publicado ontem. (leia aqui)

O que ocorre na atualidade é que um lado da torcida, magoada pela falta de ambição e de perspectiva de lutar por objetivos melhores “esqueceu” do legado construído por Carnielli. Pinta o empresário como um vilão frio e implacável. Do outro lado do “ringue”, torcedores não conseguem vislumbrar que os heróis são falhos. Tem vacilos até em missões exitosas. Enaltecem Carnielli e ignoram seus defeitos.

Se a Macaca fosse uma história em quadrinhos, seus dirigentes poderiam exercer diversos papéis, pela ótica dos torcedores. Um grupo na função de roteirista colocaria alguns dirigentes pontepretanos como Coringa, frio, implacável e sem misericórdia em relação ao semelhante. Outros lhe dariam o uniforme do Superman, com seus superpoderes e postura impecável na ética e no combate as mazelas.

Duas visões distintas para captar corações e mentes. Para alguns, o atual sétimo lugar é equivalente ao desespero de Clark Kent em transformar-se na cabine, encorpar o papel de herói e salvar centenas de pessoas no avião em queda livre. Para outros, nada mais é do que uma cilada do vilão psicótico, especialista em oferecer um agrado e depois apto a praticar uma maldade.

Fica relegado um terceiro personagem: Batman. Destemido, generoso e filantropo como Bruce Wayne e que por vezes veste a armadura do Batman por considerar que defeitos e maldades poderiam produzir virtudes. Faça sua escolha.

(análise feita por Elias Aredes Junior)