Derrotar e desidratar o grupo político de Horley Senna. Custe o que custar. O pano de fundo das manobras judiciais na eleição do Guarani

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Eleição de Conselho Deliberativo no Guarani. Deveria ser direcionada para a escolha dos 80 representantes incumbidos de fiscalizar o Conselho de Administração do Guarani. A decisão judicial desta sexta-feira, dia 08, colocou o processo na estaca zero e  a concretização da personificação do pleito. Sim. Vamos deixar a hipocrisia de lado. Todos os movimentos judiciais e políticos não são feitos somente para restabelecer a lisura do pleito e sim evitar o fortalecimento político de Horley Senna e uma consequente volta ao poder de seu grupo no CA em 2020.

O colégio eleitoral é pequeno. Aproximadamente 600 votantes. Colocar para fora do jogo a Chapa “Nova Jornada” seria  fortalecer institucionalmente o grupo de Horley Senna. Explico. Independente do resultado com duas chapas, é óbvio que Senna terá força política. Seja situação ou oposição. Se obtiver a maioria do plenário, ganhará força para pleitear comandar os debates contra o hoje desafeto Palmeron Mendes Filho e ficar com cacife para viabilizar um retorno ao poder executivo ou indicar um candidato. Se perder, será uma oposição qualificada e legalizada pelas urnas. Já a atual chapa “Nova Jornada” ficaria alijada de um poder constituído pelo estatuto e por um período sem poder de influência. Um alento para Senna.

Com três grupos eleitos para o CD, o quadro muda. Com articulação, haverá chance de realizar em algumas ocasiões frentes contra as propostas de Horley Senna. Detalhe: nunca esquecer que o Renova reiteradas vezes já afirmou que não faz acordos políticos e visa o interesse da instituição. Mas a pulverização política seria uma realidade e dificultaria a ação política de Senna e de seus apoiadores em médio e longo prazo.

O que move tamanho esforço? Por um instante esqueça Palmeron, enfraquecido politicamente. Mesmo assim, ele atraiu para o seu grupo pessoas que nutrem uma rivalidade aberta com Horley Senna. A saber: Felipe Rosselli, o ex-presidente Álvaro Negrão e o empresário e ex-candidato Odair Paes Junior. Na visão destas figuras da política bugrina, só existe chance do clube prosperar com a diminuição do protagonismo de Horley Senna e sua retirada da vida política da agremiação. Coincidência ou não, tanto Rosselli como Odair entraram na Justiça para contestar os trâmites da eleição.

É forte? Injusto? Só dá para saber que este é o pano de fundo de uma eleição que tinha tudo para ser tranquila e virou uma arena política cujo os desdobramentos são imprevisíveis.

(análise feita por Elias Aredes Junior)