Análise: Os jogadores do Guarani apostaram alto. E ganharam!

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Há muito tempo um grupo de jogadores do Guarani termina a semana com um saldo tão vitorioso. Vencer o Paraná por 1 a 0 e sair da zona do rebaixamento foi o desfecho de um processo iniciado com uma atitude ousada e perigosa: a divulgação do vídeo em que pedem o fim das brigas políticas. Uma postura apoiada por este jornalista.

Continuo com minha tese de que é bem provável de que a atitude teve o aval dos jogadores. Mesmo se Thiago Carpini tivesse conduzido o processo e convencido os boleiros, sem a aprovação do elenco inteiro, não existiria o vídeo. E vou além: o ambiente externo do futebol foi combustível para os atletas deixarem a apatia, a alienação e direcionar os olhos para a redenção bugrina.

Se o Figueirense terminou o contrato de terceirização boa parte do fato deve ser creditada a greve dos jogadores e o W.O imposto no jogo contra o Cuiabá. Se a torcida do Botafogo ainda corre para encher as arquibancadas do Engenhão foi porque viram os atletas não abandonarem o clube e se posicionarem. Inclusive com “greve” das coletivas sem os patrocinadores.

Não sou bobo ou ingênuo de imaginar que todos os jogadores bugrinos são politizados e conscientes. Nada disso. Mas aqueles com espirito de cidadania e capacidade de mobilização chegaram a conclusão que disputas políticas poderiam afetar em definitivo o time e levar a um rebaixamento que lhes prejudicaria no mercado futuro. Sim, o atleta rebaixado não fica desempregado, mas não ganha oportunidades robustas em determinadas ocasiões.

Era preciso pensar, agir e transformar em realidade. Realizar o vídeo foi uma tomada de posicionamento. A vitória contra o Paraná foi a comprovação de que a estratégia era correta. E que os tempos mudaram. É preciso ficar sintonizado.

(Elias Aredes Junior)