Brigas, rivalidades e discussões à parte, um fato passou batido após a divulgação da pesquisa da Pluri Consultoria neste Só Dérbi e que mostra 272 mil torcedores pontepretanos e outros 184 mil bugrinos.
Sendo direto: a cada 100 habitantes da Região Metropolitana de Campinas (RMC), 13 torcem ou para Ponte Preta ou para Guarani. Se levarmos em conta o contingente de 3,3 milhões de habitantes em 19 cidades, o resultado é um desastre.
Uma comprovação de que paramos no tempo. O interesse que cai a cada dia é refletido nas arquibancadas. Na Série B de 2019, o Guarani teve média de 3261 torcedores por jogo e taxa de ocupação de 17% no estádio Brinco de Ouro. Já na Ponte Preta, o Majestoso recebeu em média 3654 torcedores por jogo. Percentual de ocupação de 20%. Como comemorar performance tão pífia?
Se por um lado comprova que existe uma estagnação nos fãs de Ponte Preta e Guarani, por outro verificamos que os dirigentes não são capazes de atrair sequer aqueles que ainda são devotos das duas paixões centenárias. Pense: se 10% de cada torcida estivesse no estádio em cada rodada, teríamos casa cheia. Sempre.
Não há como deixar de olhar para o gramado. Como pedir a existência de 500 mil, 600 mil dirigentes para uma equipe que teve o dissabor de nove rebaixamentos no período de 2001 a 2013? Na Macaca, as brigas políticas, o perda do sentido de comunidade colaboram e muito para uma perda de musculatura das arquibancadas.
Duro não é a constatação dos números da Pluri Consultoria. É a apatia dos dirigentes diante de uma crise escancarada.
(Elias Aredes Junior)