Calendário do futebol brasileiro: benção e armadilha para Ponte Preta e Guarani

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Apesar de Guarani e Ponte Preta estarem na elite do futebol brasileiro não há como esconder os problemas gerados pelo calendário distorcido. Muitos clubes jogam no máximo três meses no ano, um prejuízo acometido quem está na Série C. “Precisamos criar um calendário que equilibre o excesso de alguns times fazem. O Brasil é o país em que os clubes mais jogam no mundo porque temos a particularidade do estadual”, afirmou o presidente da Pluri Consultoria, Fernando Ferreira, responsável por uma série de estudos sobre o calendário do futebol brasileiro.

Segundo ele, a atual configuração do calendário traz prejuízos até para quem está na elite, ou seja, atua no minimo, de fevereiro até novembro. Se a formatação da temporada fosse diferente, Ferreira acredita que Ponte Preta e Guarani teriam mais possibilidades de alavancar recursos. “Muitos jogos trazem um efeito ruim porque eles diminuem o valor médio dos jogos e a qualidade cai. Sem contar que os custos aumentam. É uma equação ruim”, explicou o executivo.

Segundo ele, a conjuntura provoca estragos em médio e longo prazo que por vezes não são percebidos. “Temos clubes que vivem na inanição. Temos 652 clubes e temos 612 que jogam muito pouco. Como contratar um jogador se você faz um contrato com apenas três meses? O calendário é muito cruel com os times pequenos. Nos últimos 10 anos, temos um saldo de 50 clubes que deixaram de disputar as competições, ou seja, encerraram suas atividades. A mudança é fundamental para que os clubes possam sobreviver”, arrematou.

(Elias Aredes Junior)