Jogadores da Ponte Preta decidem fechar a boca para a imprensa. Medida inócua e sem sentido. Leia e entenda

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Os jogadores da Ponte Preta decidiram que não vão conceder entrevistas coletivas pelo menos até o final da Série B. A resolução foi encaminhada aos repórteres pela assessoria de comunicação aos setoristas.

É preciso entender a conjuntura que levou a tal quadro. Assim que foram comunicados sobre a ausência de recursos para quitar todas as pendências, a diretoria pediu para que o elenco priorizasse aquilo que seria pago. Foi aí que ficou estabelecido um intenso debate entre os jogadores e vários caminhos foram defendidos.

Para resolver o impasse, os atletas adotaram um procedimento comum na política e que é intitulado como “fechamento de questão”.

Do que se trata?

Em votações importantes no Congresso Nacional, cada partido estabelece discussões internas para verificar o posicionamento dos seus parlamentares. Muitas vezes a divisão é acirrada e a questão vai a voto. Ou seja, a posição que prevalecer tem que ser adotada por todos no plenário. Sem direito a traição. E muitas vezes fica estabelecido que apenas o líder fala.

O elenco pontepretano foi além. Ao perceberem que esse assunto poderia monopolizar as entrevistas coletivas e com risco do discurso sair dissonante por parte de em um ou outro atleta, a decisão foi a de não conceder entrevista.

A estratégia dos jogadores pontepretanos é errada por dois motivos. Primeiro porque é antidemocrática. Eles são pessoas públicas e dependem da opinião pública. Inclusive para arrecada os recursos que pagam seus salários.

E explicações sempre são salutares. Se lacrar é a solução, posso chegar a conclusão que os próprios lideres do elenco consideram que muitos atletas não tem discernimento, inteligência, sabedoria e sagacidade para falar de um tema tão complexo.

O outro motivo é simples: adianta proibir entrevista coletiva se a qualquer momento o camarada pode ir no Instagram, Facebook, Twitter e quebrar o acordo?

Moral da história: tiro no pé.

(Elias Aredes Junior)