O jogo de ontem deixou no torcedor o gostinho dos três pontos que escaparam. Fato igualmente ocorrido nos jogos contra o Remo e contra o CSA. Mas talvez esteja na hora de nos perguntarmos: contra quem o Guarani joga?
O torcedor do Guarani é marcado nos últimos 20 anos por estradas tortuosas na construção de uma recuperação do auge vivido no passado.
É comum ouvir de torcedores frases saudosistas (com razão!) de tempos em que o Guarani não escolhia adversários. De que o evento no Brinco de Ouro aos finais de semana era invariavelmente o “grande jogo da rodada”.
Na busca dessa recuperação, o Guarani precisa reconhecer, antes de mais nada, o seu real lugar. Um time montado, dotado de algumas carências e que, caso tenha tempo de dar liga e que fique perto dos primeiros colocados no último terço do Campeonato, pode tentar brigar pelo Olimpo.
Dessa forma, é descabida , a sensação de que em todos os jogos o “Guarani é quem perde”. É necessário saber interpretar que o adversário é quem ganhou (ou empatou, como nos casos acima). O torcedor precisa olhar para o Guarani e entender que vence por méritos. Também perde pontos por méritos do adversário. Se não fosse assim, nenhum sentido faria exaltar a excelente campanha de recuperação em 2019 e 2020. Por esse ângulo de análise,
o Guarani não teve poder de reação e sim contou com demérito de outros clubes para sair do abismo e quase brigar por um acesso.
O caminho é longo. O trajeto é espinhoso. Se a torcida entrar com combustível para a campanha, e reconhecer as as limitações de seu elenco e que não será uma campanha brilhante com um acesso antecipado, talvez as coisas caminhem com mais tranquilidade pelos lados do Brinco de ouro.
(Klayton Vendemiatto- Especial para o Só Dérbi-Foto de Thomaz Marostegan-Guaranifc-Divulgação)