A discussão Horley x Palmeron e a constatação: o principal adversário do Guarani é o próprio Guarani

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A campanha do Guarani é surpreendente. Em todos os aspectos. Lidera uma competição equilibrada, caminha para assegurar a permanência e passa a sonhar com o acesso. Tem problemas de infraestrutura e administrativas que podem afetar em uma possível estadia na divisão de elite. Mas é inegável que o quadro produz maior alento do que há  três ou quatro anos, quando o quadro financeiro era caótico e a estadia na terceirona parecia infinita.

Neste cenário descrito, a conclusão simples era eleger os 19 concorrentes na segundona como os principais obstáculos do alviverde campineiro. Nutrem, no fundo,  expectativas idênticas do Guarani e o gramado é cheio de armadilhas. Duro é segurar um adversário, oculto, destemido, pronto a estragar qualquer desejo ou planificação. Seu nome: o próprio Guarani.

Olhe para o atual quadro. A equipe lidera, assinatura de contrato com Tv por assinatura, salários em dia no futebol profissional e qual o principal assunto do momento? A briga pública entre o presidente Horley Senna e o próximo da fila, Palmeron Mendes Filho, ainda travado de assumir o cargo por questões burocráticas e judiciais. O entrave atende pelo nome de Bruno Mendes. Palmeron quer o jogador e procurou Roberto Graziano para ajudar a quitar os salários do atleta revelado pelo próprio jogador em 2012. Horley Senna, em rota de colisão com Graziano não quer. Impasse criado e na prática negocio quase inviabilizado em virtude do atraso no envio dos documentos. Patético.

O embate produz perplexidade porque geram questionamentos. Ora, se Horley e Palmeron são parceiros desde a época que trabalham para o ex-vereador Cid Ferreira, como podem cometer o erro de explicitarem uma discussão? Que grupo político é esse que não consegue conversar de maneira civilizada e encaminhar uma solução? De que maneira pedir produção e resultados aos jogadores e comissão técnica se a própria diretoria é fator de instabilidade?

Poderia enumerar outras perguntas mas vou dispensá-las porque não quero abusar da paciência do leitor e torcedor bugrino.

Um dos motivos é que ele já assistiu este filme. O enredo era simples: Leonel Martins de Oliveira não gostava de Beto Zini, que não engolia José Luis Lourencetti, que a contragosto abriu espaço para o retorno de Leonel Martins, indignado com a ascensão de Marcelo Mingone, adversário declarado de Álvaro Negrão, que não suportava Horley Senna.

Em tais confusões, o que o Guarani ganhou? Que títulos faturou? A infraestrutura melhorou? A resposta é não para todas.

Defendo há muito tempo que Campinas tem a pior geração de dirigentes de sua história. Não só por causa dos resultados e debilidade na melhoria das condições de trabalho, mas porque os mandatários de 2017 conseguem a proeza de cometerem os mesmos erros dos anos de 1984, 1987, 1999, 2008, 2010…

Se o acesso não acontecer e o final do ano for vivido em clima de azedume, pode apostar: os gabinetes terão grande parcela de culpa.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

3 Comentários

  1. Elias, agradeço-lhe muito por trazer esse assunto à tona. Obrigado por colocar o dedo na ferida.

    Você sabe que às vezes eu o critico por seu criticismo, que considero exacerbado em alguns momentos.

    Entretanto, acredito que, nesse texto, você foi muito bem.

    Essa situação entre os dois precisa acabar de uma vez por todas. Ninguém aguenta mais essa ladainha, ainda mais pública, o que mina a nossa credibilidade.

    Vai saber o que mais tem acontecido negativamente devido a esse desentendimento? Será que a demora para fechar com o patrocinador Master também não tem a ver com isso?

    Palmeron e Senna, resolvam logo essa questão como homens e parem com essa ladainha, caramba! Acordem pra vida o Guarani não pode ser gerido assim, com briga de egos, vaidades e decisões meia-boca!

  2. O lema para dirigir o GFC deveria ser pensar no bem do clube acima de tudo. Não é possível que a coletividade bugrina não tenha o discernimento que os rachas internos pelo poder, fruto de vaidades, quase acabaram com o bugre.