A longa caminhada do Guarani até a excelência

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Vitória contra o Oeste, boa largada na Série A-2 do Campeonato Paulista e três pontos assegurados. Tudo resolvido? Nada disso. O Guarani não deixou de apresentar defeitos na estreia e precisa minimiza-los antes do segundo jogo contra o Bragantino na quarta-feira.

Que tal falarmos das qualidades? O time montado por Ney da Matta mostrou-se aplicado em campo, bem posicionado e displinado taticamente e com dois volantes com papéis bem definidos: Escobar a frente dos zagueiros e  Auremir surgia como elemento surpresa ofensivo. Tal expediente confundiu por vezes o time de Barueri (ou será de Itápolis?) e reservou bons momentos.

A apresentação do zagueiro Phillipe Maia gerou esperança de dias melhores. Forte e com boa velocidade, antecipou  jogadas e  foi fundamental para segurar o ataque do Oeste.

No setor de meio-campo, a volúpia de Uederson merece distinção. Não vislumbrei virtudes técnicas, mas sua entrega, raça, determinação e foco em realizar jogadas com alguma velocidade deixaram o time compactado. Sem contar a presença de espirito para cavar o pênalti.

Fumagalli, a única esperança?Antes dos aspectos negativos, um capitulo á parte para Fumagalli. Ele consegue algo impar: ser qualidade e “defeito” do Guarani.

Em campo, continua decisivo, faz gols e participativo nas jogadas. Aos 39 anos, é um feito. Tecnicamente, continua como o ativo principal bugrino. Dúvida criada automaticamente: e o dia que ele falhar? Qual o plano B? Termina temporada e começa outra e a dependência em relação ao camisa 10 é latente.

Marcinho, com altos e baixos não colabora para desafogar as tarefas de criação do Alviverde. Urgente a estreia de Rogério e a chegada de Bruno Nazário para criar um fato novo e desafogar as responsabilidades sobre o camisa 10. Depois deste preâmbulo, vamos aos defeitos:

1-Gilton- Caso para merecer atenção. Contra o Oeste, foi envolvido pelo lateral-direito Reginaldo e não teve o timing adequado de marcação. Foi a frente e oscilou entre a indecisão e a falta de arremate adequado. Tirar do time? Ney da Matta deve caminhar pela trilha de buscar a evolução do jogador. Estagnação é um prato feito aos adversários.

2-Diego Jussani: é estreia, clube novo, companheiros novatos e objetivos renovados. Em algumas foi envolvido de maneira previsível. Deve ser corrigido para os próximos jogos. Caso contrário, uma alternativa deve ser pensado. Não adianta o técnico Ney da Matta pensar em um ferrolho com fragilidades expostas.

3-Braian Samúdio- Não é o caso de crucificar o jogador. Até por suas boas passagens por União Barbarense e Boa Esporte. É bom jogador e tem tudo para fazer história no Brinco de Ouro. Mas a atuação displicente contra o Oeste não pode se repetir. O comportamento é tão real que por diversas vezes verificava-se na transmissão da televisão as advertências do técnico bugrino. No segundo tempo ele não teve dúvidas em tirá-lo e colocar Denis Neves, eficiente na bola parada.

4- Ano novo, goleiros inseguros?; No ano passado, Leandro Santos vacilou contra o ASA no jogo de ida e quase colocou o acesso a perder. Na largada da Série A-2, o recém-contratado goleiro Luiz Henrique falhou no gol de Motta. Os companheiros rapidamente vieram ao seu socorro. Ótimo. Demonstração de coesão. Só que o principal não pode ser desprezado: um goleiro com a sua experiência não pode perder a concentração um minuto sequer. E agora? Como será daqui para frente? O fantasma das escorregadas prevalecerá no gol bugrino? Que isso seja corrigido no menor tempo possível.

O torcedor bugrino deve celebrar a vitória, assim como a diretoria de futebol e a comissão técnica. O trabalho será árduo. Por que? Se quiser buscar o acesso terá que chegar na final. Ou seja, protagonizar uma campanha quase perfeita. Ou próxima de nota 10. Por aquilo demonstrado no sábado o alicerce foi feito e a perspectiva de evolução é clara. Mas o caminho será longo. Muito longo.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto César Cardoso-Guaranipress)

1 Comentário

  1. Concordo plenamente com sua análise. Foi excelente.

    Os casos que mais me preocupam são o do Gilton e do Jussani.

    O Gilton estava sendo fortemente envolvido pelos adversários desde a reta final do campeonato anterior. Precisa haver treinamento.

    Já o Jussani não está dando a segurança de ser o xerife que todos esperavam para a nossa zaga. Ele precisa melhorar, senão, vai acabar perdendo a posição.