A Ponte Preta versão 2016 e seus desafios

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A ansiedade do torcedor pontepretano com relação ao time (e seu desempenho) está prestes a terminar. Ou estaria apenas começando? Isso porque a Ponte Preta que entra em campo no sábado (30/2), contra o Oeste, em Itápolis, ainda é uma incógnita. Sem atletas considerados fundamentais em 2015 – como Fernando Bob, Biro Biro e Marcelo Lomba – a Macaca inicia uma nova temporada com a missão de convencer seu torcedor de que a competitividade do time permanece e provar que as contratações para 2016 foram acertadas.
Dizer o número remanescentes do ano passado, 6, é informação relevante. Porém o grande ponto de interrogação da torcida tem mesmo relação com as baixas e por conta da ansiedade pelo desempenho do grupo. Será que o time brigará pelo título?
Comecemos pela linha defensiva, que poderia ser um trunfo logo de cara, mas perdeu um pouco da força com a saída de Renato Chaves pro Fluminense e a confirmação de que o goleiro Marcelo Lomba ficaria no Bahia. Apesar disso, o retrospecto do setor tem sido bom nos últimos tempos. A saída de Pablo no meio do Brasileiro de 2015 e a volta de Ferron que, frisa-se, retornou melhor após passagens frustradas por Sport e Figueirense, comprovam que zagueiro é substituível e tudo depende do encaixe. Resta saber se Ferron continuará rendendo como no ano passado, especialmente agora ao lado de Fábio Ferreira, que terá sua chance após aguardar com paciência pela oportunidade.
Nas laterais, a preocupação é menor, já que Gilson está mantido na esquerda e já provou que dá conta do recado (ainda não tem reserva) e Nino Paraíba que, apesar de passar longe do carisma de Rodinei, parece ter sido uma recomposição à altura, pelo que já apresentou no Vitória e no Avaí.

No gol, a preocupação e a esperança.
Substituir Marcelo Lomba não será uma tarefa fácil. O Jovem Matheus foi o escolhido para a difícil missão. Com o respaldo do preparador de goleiros André Dias e o ex-goleiro Fabiano, auxiliar de Vinicius Eutrópio, Matheus venceu a disputa com João Carlos, visto como mais experiente, mas que terá de esperar mais uma vez pela oportunidade. “Os dois estão em um nível excelente. Agora é torcer para que dê tudo certo, porque sempre estoura lá atrás”, disse Fabiano que também relembrou a prova de fogo que é substituir um ídolo de uma torcida. “Quando eu fui pro Cruzeiro o Dida tinha acabado de sair. Se jogasse bem a turma falava que lembrava o Dida. Se tomasse um gol meio esquisito, já falavam que o Dida não tomaria, relembrou com bom humor o ex-goleiro, que foi ídolo na Ponte.
Já Matheus, novo dono da camisa 1, garante estar tranquilo com a responsabilidade de substituir Lomba. “É até uma motivação. Porque quando tem alguém pra se comparar, você mesmo acaba percebendo os detalhes que precisa melhorar. Me sinto bem preparado”, arrematou o atleta.

Meio-campo ainda preocupa

O setor de meio-campo é o que mais tira o sono dos pontepretanos nesse início de temporada. Sem o ídolo Fernando Bob, a vaga de maestro do time está em aberto. Elton desponta como um novo líder do setor, mas é preciso de qualidade ao lado e a frente dele.
O recém chegado João Vitor, tem bagagem para assumir um papel importante no time, mas está longe de ser o salvador da pátria. Quem iniciará a temporada ao lado de Elton será Marcos Serrato. Contratado do Paraná como uma aposta no ano passado, o volante foi bem observado e terá a oportunidade de mostrar serviço logo de cara. Com 21 anos, ele é apontado como um substituto natural de Bob, devido as características de jogo. Mesmo assim, trata-se ainda de uma aposta.
Restando pouco para a estreia no Paulista, o tema camisa 10 é o que mais está em aberto, já que é difícil encontrar no mercado um atleta bom e barato para cumprir a função em competições complicadas como Paulista e Brasileiro.
Com isso, a Ponte começa 2016, quase igual a 2015. Com o experiente Christian pra função. O detalhe é que o jogador começa a competição no Departamento Médico, sem substituto. O atacante Clayson foi incumbido da missão de armar a macaca, improvisamente.

O Ataque
No ataque, com o retorno de Alexandro do Qatar, o desespero por um camisa 9 que faça sombra para o experiente Wellington Paulista, termina.
Apesar da saída de Biro-Biro, o setor de ataque não preocupa tanto. Os jogadores que chegaram têm qualidade. Rhayner vem de uma recuperação do seu futebol no Vitória, sendo um dos pilares do time na campanha do acesso em 2015. Hugo Ragelli é jovem, porém uma boa promessa do Cruzeiro. Enquanto Taiberson nutre a esperança de ser um novo Biro-Biro na Ponte, já que também é tratado com uma boa revelação e começa a temporada entre os titulares, formando trio de ataque com Wellington Paulista e Felipe Azevedo.
No ataque também está uma boa aposta da base pontepretana. Com a saída de Leandrinho do mapa (o jogador está na Europa em busca de um novo clube), a bola da vez na Ponte é o jovem Léo Cereja, que mostrou qualidade marcando três gols na Copinha. O volante Matheus Jesus também pode ser uma agradável surpresa. Com 17 anos o atleta chama a atenção pela força e polivalência.

O ingrediente chave dessa Ponte Preta 2016: o comandante Vinicius Eutrópio.
Estudioso e participativo, Vinicius (foto) tem demonstrado ser um técnico com o perfil que a Ponte buscava. Comandar bem o time nos treinos, demonstra relacionamento com o grupo de atletas. Na teoria, tudo lindo. Mas sabemos que se a coisa não encaixar, o primeiro a dançar será ele.

Reportagem de Paulo do Valle